O Congresso americano convidou políticos brasileiros para participarem de uma audiência na Comissão de Direitos Humanos, no dia 12 de março, com o tema “Brasil: Uma Crise da Democracia, Liberdade e Estado de Direito?”. Ao mostrar o convite recebido via e-mail, o deputado Gustavo Gayer disse que “gostaria muito de poder explicar para os deputados americanos as gravíssimas violações que estão acontecendo em nosso país e como o Brasil já não é mais uma democracia”.

Gustavo Gayer disse que já enviou para a Comissão um “extenso documento mostrando ponto a ponto todas as violações”.

Na avaliação do parlamentar, “nada mais pode ser feito de dentro do Brasil”. “As instituições foram sequestradas, inclusive, lutar para resgatar a democracia no Brasil virou antidemocrático. Vamos ver se através da opinião pública internacional a gente possa conseguir avançar no resgate da nossa democracia. O Brasil não poderá viver isolado do resto do mundo. Será muito vergonhoso para aqueles que se julgam acima da lei continuar nessa sanha persecutória usando o Estado como ferramenta de perseguição, prendendo pessoas inocentes e cerceando a nossa liberdade de expressão quando o mundo estiver olhando para o nosso país com uma lupa”, disse o deputado em vídeo compartilhado em suas redes sociais, nesta quinta-feira (7).

Segundo o parlamentar, muitos outros parlamentares também foram convidados para a audiência nos Estados Unidos.

“Talvez essa seja a minha maior missão até agora. Ore por nós. A comitiva está cada vez maior, já são dezenas de parlamentares entre deputados estaduais, federais e senadores que estarão em Washington nesta data. Nós vamos mostrar para o mundo o que está acontecendo no Brasil, o mundo precisa saber que o Brasil se tornou um laboratório de como instaurar uma ditadura com o apoio da imprensa e maquiada de resgate democrático”, disse Gustavo Gayer.

Ao final, o parlamentar disse que o fato de ter sido convidado para a audiência e de estar expondo o convite em um vídeo na internet poderá levá-lo à prisão “tamanha é a ditadura que nós vivemos”, afirmou.

Pelas redes sociais, o economista, empresário e jornalista, Paulo Figueiredo, também confirmou o convite para participar da audiência. Radicado nos Estados Unidos, Figueiredo teve as contas bancárias e das redes sociais bloqueadas e o passaporte cancelado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O jornalista teria sido incluído no polêmico inquérito das fake news.

“Fui convocado para depor no Congresso dos Estados Unidos sobre a situação do nosso país e eu vou com prazer. Na semana que vem, o Congresso, casa dos representantes, o Comitê dos Direitos Humanos, vai fazer uma audiência para ajudar a determinar se o Brasil ainda é uma democracia. Nós sabemos que não e eu vou explicar no limite da minha eloquência o porquê. A partir daí o governo americano pode, nesta ou na próxima administração, reformular as suas relações com o Brasil”, disse Figueiredo em um vídeo compartilhado no Instagram.

“Ditaduras como Cuba, Nicarágua, Venezuela e até a Rússia já sofrem sanções duras do governo americano. Será o Brasil o próximo? Sanções como essas podem prejudicar os negócios de muita gente da elite que hoje apoia o Alexandre [de Moraes] e nós também vamos falar sobre essas pessoas. A conta está ficando e vai ficar cada vez mais cara”, completou.

Ao conversar com a Gazeta do Povo, Figueiredo disse que fará um “relato sobre as violações à liberdade de expressão e liberdade de imprensa e uma cobrança sobre a administração Biden e o papel que tiveram interferindo no processo eleitoral brasileiro”.

De acordo com o jornalista, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também deverá ser convidado.

Gayer e Eduardo deverão falar, segundo Figueiredo, sobre “violações de direitos humanos, 8 de janeiro, violações às liberdades parlamentares, invasão de prerrogativas do Congresso e a perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)”.

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