Com mais de 99% das urnas apuradas, a coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD) saiu vitoriosa nas eleições legislativas realizadas neste domingo (18) em Portugal. A aliança liderada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, que havia perdido o apoio da maioria do Parlamento em março, conquistou 32,7% dos votos, consolidando-se como a principal força política do país. Em segundo lugar, empatados, ficaram o Partido Socialista (PS) e o Chega — legenda de direita —, ambos com cerca de 23% da preferência do eleitorado. Esse é o pior resultado da esquerda desde dos anos 80.
Esta foi a terceira eleição legislativa em apenas três anos, reflexo de uma prolongada instabilidade política que incluiu a renúncia do então primeiro-ministro socialista António Costa, em 2023, e a posterior queda do próprio governo de Montenegro.
Pesquisas de boca de urna já indicavam o favoritismo da centro-direita, bem como uma disputa acirrada entre a centro-esquerda e a direita pela segunda maior bancada no Parlamento.
“Seguiremos governando como fizemos nos últimos 11 meses, mas agora com a ambição de cumprir um mandato completo de quatro anos”, declarou Nuno Melo, presidente do CDS — um dos partidos que compõem a coligação vencedora — durante discurso na sede da campanha, em Lisboa.
Montenegro ascendeu ao cargo de primeiro-ministro após a vitória da AD nas eleições de 2024, sucedendo o socialista António Costa. Agora tem a chance de continuar.
Socialistas têm pior votação desde os anos 1980 e Chega vira segunda força política
A maior derrota da noite coube ao PS, liderado por Pedro Nuno Santos, que obteve o pior desempenho desde a década de 1980 — o terceiro mais fraco de sua história. Em pronunciamento, Santos anunciou que deixará a liderança da sigla, reconhecendo “tempos duros e difíceis para a esquerda”.
Enquanto isso, o Chega celebrou o salto eleitoral que o posiciona como a segunda maior força política do país, ao lado do PS. “O Chega matou hoje o bipartidarismo em Portugal”, declarou André Ventura, presidente do partido. “Obrigado por acreditarem que era possível romper com 50 anos de um sistema político sempre igual.”
Apesar da vitória, a AD não obteve maioria absoluta e deverá buscar alianças para formar governo — um cenário já antecipado por levantamentos anteriores ao pleito.
Entre os temas que mais mobilizaram o eleitorado esteve a proposta de mudança na legislação de nacionalidade portuguesa. A AD defende ampliar de cinco para até 10 anos o tempo mínimo de residência exigido para imigrantes requererem a cidadania portuguesa — medida que pode impactar mais de 500 mil brasileiros que vivem no país.
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