O Brasil deve crescer 0,9% em 2023, de acordo com a última projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgada nesta terça-feira, 11. A estimativa prevista no relatório anterior, em janeiro, era que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceria 1,2%.
O corte em 0,3 ponto porcentual na projeção para o Brasil foi um dos maiores, entre as 16 economias para as quais o FMI traça estimativas. Só o Japão teve redução maior na previsão para o seu PIB, de 0,5 ponto porcentual — antes o FMI estimava crescimento japonês em 1,8%, e agora projeta 1,3%.
Para 2024, o fundo manteve a previsão de crescimento de 1,5% para a economia brasileira. Em 2022, quando vários países se recuperavam do baque da pandemia, o Brasil cresceu 2,9% e o mundo, 3,4%. O crescimento brasileiro foi maior do que o da China.
Já a economia global, de acordo com o relatório apresentado em conjunto com o Banco Mundial nesta terça-feira, em Washington, vai crescer 2,8% neste ano, em vez dos 2,9% previstos em janeiro. Para 2024, a previsão caiu de 3,1% para 3%.
Para a gerente do FMI, Kristalina Georgieva, a economia mundial voltou a viver um momento de grande incerteza, em razão de choques acumulados nos últimos três anos decorrentes da pandemia e da invasão da Ucrânia pela Rússia
Entre as causas para o menor crescimento global, o FMI cita a inflação ainda elevada, devido à demanda reprimida, às interrupções persistentes nas cadeias de suprimentos e aos picos nos preços de commodities, como o petróleo. Isso fez com que os bancos centrais aumentassem as taxas de juros agressivamente, na tentativa de conter as altas de preços. Outro problema é que as dívidas pública e privada permanecem elevadas.