Após ser alvo de muitas críticas, pelo não anúncio do cancelamento do concurso unificado, em meio a tragédia vivida no Rio Grande do Sul, o governo federal decidiu nesta 6ª feira (3.mai.2024) adiar a aplicação das provas do CNU (Concurso Nacional Unificado) em todo o Brasil. O exame estava marcado para domingo (5.mai).
Conhecido popularmente como “Enem dos Concursos”, o país tem 2,14 milhões de inscritos na prova em 228 municípios.
Um total de 80.348 pessoas (4,3% do total para o Brasil) estão inscritas para realizar as provas em 10 municípios gaúchos (3,7% do total). Os dados são do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
Mais cedo nesta 6ª feira, o ministro Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) disse que o adiamento do concurso custaria R$ 50 milhões aos cofres públicos.
Houve despreparo por parte da equipe responsável pela prova. O edital do concurso não estipula uma possível reaplicação (local ou nacional) em situações de desastres naturais. É mencionado só um reembolso para as pessoas que passem por esse tipo de situação no dia da prova.
O texto define os desastres naturais como “problemas logísticos” com possibilidade de “prejuízo imprevisível e insuperável ao candidato”.
Além disso, o edital também veta a possibilidade de uma 2ª chamada “seja qual for o motivo alegado para justificar o atraso ou a ausência do candidato”.
O coordenador geral de Logística do CNU, Alexandre Retamal, já havia sinalizado que o governo não contava com a possibilidade de reaplicação.
“É claro que se acontecer alguma situação grave, esse assunto vai ser levado para a ministra [Esther Dweck] e para uma decisão dentro do governo, mas a nossa expectativa e o nosso trabalho é para que isso não aconteça”, declarou em entrevista ao site Folha Dirigida publicada em 25 de abril.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), pediu que o governo adiasse as provas do CNU por causa da destruição nas cidades. Ele disse ao Poder360 na 5ª feira (2.mai) que entrou em contato com a ministra Esther para fazer a solicitação.
O CONCURSO EM NÚMEROS
Há 2,14 milhões de inscritos no CNU e 6.640 vagas ofertadas. São 322 postos para 1 candidato, em média. Os salários das vagas vão até R$ 22.922.
O governo diz ter arrecadado R$ 126 milhões com o pagamento das inscrições pela prova. A gestão de Lula afirma que “o valor [da arrecadação] é superior ao custo final” do concurso. O trecho está em um comunicado do ministério.