Uma semana depois de receber Ciro Gomes (PDT), parte da bancada de oposição na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) realizou, na manhã desta quarta-feira (14), mais um encontro para alinhar a estratégia de atuação na Casa e na corrida eleitoral de 2026. Mesmo que a nova reunião tenha sido categorizada como “técnica”, o apoio ao nome do ex-governador seguiu em pauta. A avaliação de uma ala da oposição é que o “movimento cresceu” em torno de Ciro, pensando na disputa contra a reeleição de Elmano de Freitas (PT). Nos bastidores, parlamentares do bloco evidenciaram o sentimento de ter o ex-ministro como concorrente “mais competitivo” na corrida pelo Palácio da Abolição.

Alguns chegaram a defender, ainda, que Ciro seria um “nome nacional” e que “larga na frente” no interior do Ceará. Isso, o deixaria à frente de outros possíveis candidatos ligados ao grupo, como o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) e o ex-deputado Capitão Wagner (União).

Nesta manhã, participaram do encontro os deputados estaduais Felipe Mota (União) — anfitrião do encontro em seu gabinete na Alece —, Cláudio Pinho (PDT), Sargento Reginauro (União), Dra. Silvana (PL), Queiroz Filho (PDT), Lucinildo Frota (PDT), Alcides Fernandes (PL) e Antônio Henrique (PDT).

Na parte “técnica” do café, os deputados da oposição receberam José Ribeiro Neto, advogado e auditor fiscal aposentado da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE), que falou sobre a possível “inconstitucionalidade” da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) retido por substituição tributária, entre outras questões ligadas ao tema.

Acerca desta pauta, inclusive, o grupo pretende elaborar e apresentar um projeto de lei com a colaboração do especialista — ainda sem previsão do início da possível tramitação.

XADREZ NACIONAL

Em entrevista ao PontoPoder, após a reunião, Felipe Mota (União) explicou que é preciso esperar as movimentações das executivas nacionais dos partidos da oposição para chegar à definição dos nomes, o que envolve diretamente o PDT. Isso, complementa o deputado, depende também da própria permanência de Ciro na legenda — ventila-se a possibilidade do ex-ministro migrar para o PSDB.

Mesmo assim, o parlamentar defende a competitividade de Ciro Gomes para a disputa pelo Governo do Estado. “Quando uma figura nacional retorna para o seu estado, ele é muito bem visto porque as pessoas veem isso como um ato de bravura, como um ato de que a pessoa realmente se preocupa com o seu estado, ter que deixar o projeto nacional lá em cima e vir cuidar aqui do seu estado para colocar novamente o Ceará nos trilhos”, pontua.

É nesse sentido que Felipe Mota entende que o caráter “nacional” do ex-ministro pode agregar mais apoio e ajudar no consenso em torno de uma candidatura unificada da oposição, mesmo diante da possibilidades de outros nomes, como Roberto Cláudio, Capitão Wagner e um postulante próprio da sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que chegou a ser defendido pelo deputado federal André Fernandes (PL).

“Eu vejo política como sinalização. Se o Ciro deu uma sinalização de que poderia aliar-se a um projeto do PL nacional, assim como estadual, votando no Alcides [Fernandes], porque não o mesmo ato de devolução e humildade do PL em relação a uma candidatura da oposição? Não quero nem dizer que possa ser o Ciro. Pode ser o Ciro, pode ser o Roberto Cláudio, pode ser o Capitão Wagner, pode ser um deputado estadual, pode ser um deputado federal, não interessa. Só que nós temos que estar discutindo e conversando”
Felipe Mota Deputado estadual pelo União Brasil.

Fonte: DN

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