O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltou a invadir nesta segunda-feira, 31, uma fazenda da Embrapa, em Petrolina, distante 700 quilômetros da capital pernambucana. Segundo o grupo, 1,5 mil famílias estão na área, essa e a 3° fazendo invadida em menos de 1 semana. Nos dias 24 e 25 de Julho, eles tinham invadidos terras no município Hidrolândia no Goiás e em Caruaru no Pernambuco.

A intenção do grupo é impedir a realização de um evento tradicionalmente realizado em agosto pela Embrapa: o Semiárido Show, entre os dias 1º e 4 de agosto. São esperadas mais de 20 mil pessoas na feira, que apresenta novas tecnologias para os agricultores familiares da região Nordeste.

“A reocupação durante o evento tem como objetivo chamar atenção das autoridades sobre a emergência da implementação da reforma agrária, considerando que desde as negociações com os órgãos competentes, não houve avanço nas pautas e os acordos ficaram estagnados”, afirmou o MST, em nota.

O grupo, que invadiu a mesma área há três meses, no chamado “Abril Vermelho”, disse que espera do governo Lula “políticas voltadas para os movimentos sociais”. “Nós elegemos o governo Lula e precisamos que o ministério cumpra seu papel em atender as demandas da reforma agrária e possam cumprir as políticas voltadas para os movimentos sociais e não somente servir os interesses do agronegócio.”

Segundo o MST, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Embrapa não teriam cumprido acordo firmado depois da invasão de abril. Esse acordo, segundo o MST, previa a que parte 2 mil hectares de terras da Embrapa fosse destinada para reforma agrária.

Outro ponto seria a transformação da unidade avançada do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Petrolina em uma superintendência. Desde maio, a unidade é comandada por Edilson Barros de Lima, militante do MST há mais de 30 anos.

A Embrapa informou que ainda não tem informações sobre a nova invasão da área. Em abril, a empresa divulgou nota na qual considerou a invasão “inaceitável” e afirmou que a ação por parte do MST se deu em “terras agricultáveis e de preservação da caatinga”.

 

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