Ao menos 250 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) invadiram três áreas que pertencem a uma usina em Timbaúba, no estado de Pernambuco, na madrugada desta segunda-feira (3). De acordo com o movimento, a invasão faz parte de uma jornada promovida anualmente pelo grupo, chamada Abril Vermelho.
Em uma nota divulgada em seu site, o MST alega que são cerca de 800 hectares de terra ocupados e que as áreas invadidas são improdutivas. Além disso, o movimento diz que os três espaços “não cumprem a função social, que é produzir alimentos para a sociedade”, e que as terras são pertencentes ao governo de Pernambuco, mas que teriam sido griladas pela usina.
INVASÕES EM ALTA NO GOVERNO PETISTA
Até o último dia 21 de março, 80° dia do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o número de invasões coletivas de terra no Brasil já era maior que o registrado durante todo o ano de 2019, o primeiro da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao todo, desde o dia 1° de janeiro de 2023, 13 ocupações já tinham acontecido no país. Há quatro anos, foram 11.
As informações foram levantadas a partir de dados da antiga Ouvidoria Agrária Nacional, ligada ao então Ministério do Desenvolvimento Agrário, e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e constaram em uma reportagem publicada pelo portal R7 no dia 21 de março.
Neste ano, grupos que possuem como bandeira a reforma agrária já realizaram invasões de grande repercussão no país. Em 27 de fevereiro, o MST invadiu três fazendas de eucalipto no sul da Bahia, da empresa de papel e celulose Suzano. Também em fevereiro, durante o carnaval, a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) ocupou propriedades em ao menos dez cidades.