Nesta terça-feira, 16, o Ministério Público Estadual (MPCE) ofertou e a Justiça recebeu denúncia contra Romualdo Sousa Barros, de 36 anos, acusado de matar o médico veterinário e pesquisador da Universidade de Fortaleza Saul Gaudêncio Neto, 37 anos — crime ocorrido no último dia 4 de julho no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. O acusado já havia sido suspenso e recebido duas advertências formais, sendo que responsabilizava Saul e a namorada pelas reprimendas, afirmou na denúncia o promotor Ythalo Frota Loureiro. O que Romualdo não sabia era que Saul, conforme o MPCE, havia intercedido para que ele não perdesse o emprego.
Com base na investigação da 7ª Delegacia do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o MPCE afirmou que o crime foi praticado porque Romualdo, “nos últimos tempos”, estava recebendo reclamações sobre o seu trabalho como tratador de animais na Universidade de Fortaleza (Unifor), o que poderia levar à demissão dele.
Na denúncia, é afirmado que Romualdo acumulava faltas injustificadas, recebia críticas dos demais tratadores “por se mostrar negligente” e reclamava das tarefas repassadas pela namorada de Saul afirmando que não trabalhava para ela.
“Assim, de modo absurdo e injusto, o réu personificou todas as suas frustrações profissionais nos seus chefes imediatos, planejando o assassinato das vítimas como forma de se vingar por seus problemas no trabalho, ciente de que as chances de ser demitido eram reais e sua demissão era iminente”, afirmou o MPCE.
O órgão ministerial ainda relatou que Romualdo trabalhava na Unifor há mais de dez anos e, “inicialmente, tinha grande estima pela vítima”. Romualdo já havia convidado Saul para o seu primeiro casamento e o veterinário já havia, inclusive, ajudado financeiramente o funcionário e a família dele.
Fonte: O Povo