Nos 20 primeiros dias deste mês, oito homicídios aconteceram na Área Integrada de Segurança 03, que compreende o Grande Jangurussu. O conflito entre facções pela disputa de territórios para o tráfico de drogas se intensificou, nos últimos dias, no Grande Jangurussu, em Fortaleza. A investida mais recente aconteceu nas proximidades do Residencial José Euclides Ferreira Gomes. Na manhã desta terça-feira, 26, paredes amanheceram pichadas e um homem, ainda não identificado, foi morto a tiros, na rua Catolé.
De acordo com um policial militar, que esteve na ocorrência, a vítima não era conhecida no bairro. Os moradores que se aproximaram no momento em que a polícia atendia à ocorrência falaram pouco, mas todos disseram que o homem não era do local.
“É a lei do silêncio que fica muito clara quando esses conflitos se intensificam. As pessoas não sabem o que está acontecendo, ficam receosas de colaborar com as investigações e acabarem sendo prejudicadas. Aquela área está em um clima de acirramento muito evidente”, afirmou o militar.
O entorno do Residencial era dominado pela facção Guardiões do Estado (GDE), mas a nova facção local, denominada Massa, está tentando invadir o local e monopolizar os pontos de venda de drogas. O nome da organização criminosa faz referência à massa carcerária.
“A Massa é uma facção relativamente nova, que está tentando se firmar para brigar por esses territórios. Como veio da massa carcerária, que era o grupo que não pertencia a nenhuma facção dentro dos presídios, em alguns lugares eles também se dizem Neutro ou Tudo Neutro (TDN), mas é a mesma organização criminosa”, explicou o policial.
As pichações que apareceram nos muros fazem referência ao Tudo Neutro, à Tropa da Massa e também se referem ao conflito com a GDE. Um morador da área, que não quis se identificar, disse que o clima de tensão e medo pode ser percebido há algum tempo. “Esperamos que a qualquer hora exploda”, declarou. Leia mais Chefes de facção do Pirambu são denunciados por morte de menina de 5 anos Chacina do Curió: Estado prevê indenização para famílias
Fonte: O Povo