Em uma audiência com membros da Comissão Teológica Internacional, o papa Francisco falou sobre a necessidade da presença de mais mulheres teólogas na Igreja Católica. Na reunião, que ocorreu nesta quinta-feira, 30, na Cidade do Vaticano, o pontífice garantiu que “a dimensão feminina” da igreja estará “no centro” dos seus próximos trabalhos.

“As mulheres têm uma capacidade de reflexão teológica diferente da de nós, homens”, argumentou o papa.

Na audiência na qual era rodeado principalmente por homens, o religioso disse que a “masculinização” da Igreja é um “grande pecado” ainda não resolvido.

Francisco exortou os líderes católicos ao afirmar que “se não compreendermos o que é a mulher, ou o que é a teologia da feminilidade, nunca compreenderemos o que é a Igreja”.

Papa promete mudanças na igreja

O pontífice garantiu que “a dimensão feminina” da Igreja também estará “no centro” dos próximos trabalhos do chamado C9, grupo de cardeais que o auxilia em seu governo.

Baseando-se na filosofia do teólogo jesuíta Hans Urs von Balthasar, o papa falou sobre as diferenças entre o princípio “petrino” ou ministerial, e o princípio “mariano” ou místico.

“O mariano é mais importante que o petrino”, ressaltou, referindo-se às discussões sobre o sacerdócio feminino.

Ele defendeu o princípio mariano, porque “a Igreja é como noiva, como mulher, sem se tornar masculina”. “Isso não é resolvido pela via ministerial, mas pela via mística, pela via real”, afirmou.

“E vocês podem se perguntar: ‘para que serve esse discurso’? Não apenas para dizer que devemos ter mais mulheres aqui, mas para ajudá-los a refletir”, justificou. “A Igreja é mulher, a Igreja é noiva. E essa é uma tarefa que peço a vocês, por favor. Desmasculinizem a Igreja.”

Comunidade LGBT

Desde que assumiu o mais alto posto da religião católica no mundo, Francisco tem feito declarações polêmicas para os religiosos apegados às tradições religiosas.

Em agosto, ele afirmou que a Igreja Católica está aberta à comunidade LGBT. Mais recentemente, em outubro, Francisco escreveu um texto em que fala sobre a possibilidade de a igreja realizar “formas de bençãos” para a união afetiva entre homossexuais.

Na mesma declaração, ele levantou a possibilidade de rever a proibição do sacerdócio para as mulheres.

O religioso também autorizou que transsexuais recebessem o batismo e pudessem ser testemunhas em casamentos.

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