Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) invadiram o prédio da vice-prefeitura de Fortaleza, localizado no bairro Praia de Iracema, durante uma manifestação realizada na manhã desta quinta-feira, 21. Eles solicitaram, dentre várias outras reivindicações, a descentralização de políticas públicas na Capital.
Os militantes se reuniram em frente ao Edifício São Pedro, por volta das 9 horas, e depois marcharam em direção ao gabinete da vice-prefeitura, que foi ocupado como uma forma de pressionar a gestão municipal.
Em seu perfil no instagram, o MTST-CE divulgou fotos da ocupação e escreveu algumas de suas reinvindicações, afirmando que só sairão quando forem ouvidos e suas reivindicações forem atendidas:
O coordenador estadual do MTST, Dóris Soares, ressalta que a manifestação também buscou reivindicar moradia, segurança e acesso a serviços básicos, como o saneamento básico, em comunidades carentes.
“A gente quer que eles [os projetos] sejam descentralizados, que seja para [toda] Fortaleza e não para a região rica da Cidade, não para o turista. A gente não é contra a política pública, a gente só quer que a política pública seja descentralizada e chegue para todos os territórios.”
Uma das pessoas presentes na manifestação foi Julia Maria Luciana, 54, militante do MTST há cerca de dois anos. Ela contou que vive em uma ocupação no bairro Cajazeiras. “Estamos aqui batalhando atrás de uma moradia digna para a gente e para quem precisa.”
A ocupação onde ela vive não tem saneamento básico e costuma alagar nos dias de chuva. “Quem não tem condição de fazer suas casas, vive nos barracos. Quando chove, eles perdem o pouquinho que têm, aí ficam esperando doações.”
Após a ocupação, o vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, se reuniu com integrantes do movimento e de outras organizações sociais que também participaram da ação. A reunião aconteceu no Centro Cultural Belchior, na Praia de Iracema. “Eu os escutei e vamos dar o encaminhamento [das reivindicações] que forem competência da Prefeitura.”
Sobre a questão de ações na periferia, o vice-prefeito afirma que 93% do orçamento da gestão é voltado às regiões mais vulneráveis da Capital. “Se você olhar o mapa da Cidade e onde nós estamos fazendo escolas de tempo integral, creches, requalificação de postos de saúde, [implementação] de pisos intertravados e drenagem, vai ser todo nas áreas mais [pobres] de Fortaleza.”