O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-SP), manifestou-se nesta segunda-feira (7/4) sobre o ato bolsonarista na Avenida Paulista nesse domingo (6/4). Sem mencionar a palavra “anistia”, ele defendeu uma pena menor aos envolvidos no atentado. “Defendo dois pontos. Primeiro, a sensibilidade para corrigir algum exagero que vem acontecendo com relação a quem não merece receber uma punição. Acho que essa sensibilidade é necessária, toca a todos nós. E a responsabilidade de poder, na solução desse problema, que é sensível e é justo, nós não aumentarmos uma crise institucional que nós estamos vivendo”, disse.
O deputado minimizou a pressão dos manifestantes, ao afirmar que o projeto de lei sobre o fim das penas aos envolvidos no atentado de 8 de Janeiro não será resolvido com “desequilíbrio” e aumento da tensão entre as instituições da República.
“Não é desequilibrando, não é aumentando a crise que nós vamos resolver o problema”, afirmou o deputado. “Não contem com este presidente para aumentar uma crise institucional”, acrescentou.
Além das manifestações nas ruas, parlamentares bolsonaristas têm exercido pressão na Câmara dos Deputados para que o requerimento de urgência do projeto de anistia seja aprovado. Na última semana, líderes partidários não assinaram o pedido que acelera o trâmite da matéria no Congresso.
De cima do palanque montado na Paulista, o pastor Silas Malafaia, organizador do ato, culpou nominalmente o presidente da Câmara pelo recuo de líderes partidários, que não assinaram, ao menos por ora, a urgência ao projeto. Por outro lado, integrantes do Centrão afirmam que o entrave se deu porque alguns parlamentares ficaram irritados com bravatas do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que garantiu a adesão do Centrão sem o apoio ter sido acordado previamente com todos os deputados.