O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do inquérito que aponta uma suposta tentativa de golpe no país, citou ele próprio como vítima dos fatos investigados ao menos 12 vezes em delação do tenente-coronel, Mauro Cid.
Moraes aparece no inquérito, inclusive, como alvo de um plano que tinha a intenção de assassiná-lo, bem como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Nesse contexto da oitiva, Cid detalhou que, no dia 16 de dezembro de 2022, foi solicitado pelo coronel Marcelo Câmara, também denunciado pela PGR, que fornecesse a localização do ministro Alexandre de Moraes.
Alexandre de Moraes: “No dia da operação, o senhor trocou informação com o coronel Câmara exatamente para fornecer a minha localização.”
Mauro Cid: “Isso foi no dia 16, foi um dia depois. Eu tava fora, eu tava em Itatiba, Campinas, e eles me pediram a localização do senhor. Eu acho que a mensagem que eu respondo, ele me responde é 16.”
Logo depois, o magistrado questionou Cid sobre o motivo do monitoramento da localização dele.
Alexandre de Moraes: “O senhor nem perguntou por que eles queriam a minha localização?”
Mauro Cid: “Ministro, é um pouco a necessidade do saber, né? Na minha cabeça, talvez fosse fazer uma manifestação, alguma coisa. Eu não quis perguntar. Talvez eu não quisesse perguntar para que, talvez, não quisesse saber, mas não esmiucei o que que seria.”