O governo israelense adiou, nesta quinta-feira (16), a aprovação do cessar-fogo na Faixa de Gaza, afirmando que o Hamas está “renegando partes do acordo” e tentando “extorquir concessões de última hora”. Em nota, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que não se reunirá e assinará o acordo até ser informado de que o grupo terrorista cumprirá todos os termos da resolução.
– O Hamas renega partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel em um esforço para extorquir concessões de última hora. O gabinete israelense não se reunirá até que os mediadores notifiquem Israel de que o Hamas aceitou todos os elementos da resolução – informa o comunicado.
Por um lado, Netanyahu tem sido pressionado a aprovar o pacto para resgatar os reféns israelenses tão breve quanto possível. Por outro, o premiê tem sido ameaçado ser deposto caso faça muitas concessões.
Após a declaração, um membro do alto escalão político do Hamas, Izzat al-Rishq, disse no Telegram que o grupo está “comprometido com o acordo de cessar-fogo anunciado pelos mediadores”.
Segundo a APNews, há uma tensão entre Israel e Hamas sobre quais prisioneiros do grupo terrorista Netanyahu libertará em troca dos reféns.
A notícia de que ambas as partes concordaram com a resolução foi dada nesta quarta-feira (15) pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Em publicação na Truth Social, ele afirmou que em breve os reféns serão libertados, e prometeu estabelecer a “paz por meio da força” em seu novo governo, do qual tomará posse na próxima segunda-feira (20).
O acordo será implementado em três fases. A primeira prevê a libertação de 33 reféns israelenses, com prioridade para mulheres, crianças e idosos. O grupo terrorista mantém sob cativeiro cerca de 98 pessoas, mas ao menos 30 dela estão mortas. Os corpos serão devolvidos a Israel para que as famílias façam os ritos de despedida.
A segunda fase da resolução terá início no 16° dia após o início da implementação marcada para o dia 3 de fevereiro. A terceira e última etapa, deve incluir o começo da reconstrução da Faixa de Gaza, que será monitorada pelo Egito, Catar e pela ONU (Organização das Nações Unidas).