O preço da carne no Brasil registrou uma alta de 2,97% em setembro, segundo o relatório do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (9). A variação é a maior registrada nos últimos quatro anos.

Entre os cortes mais afetados, o contrafilé liderou a alta, com um aumento de 3,79%. Outros cortes populares na mesa do brasileiro também sofreram reajustes, como a costela, com alta de 3,1%, o patinho, com 3,15%, e a alcatra, com 3,02%.

De acordo com o economista Ricardo Buso, os fatores climáticos tiveram um impacto importante na alta da carne. Ainda assim, é necessário levar outros fatores em consideração.

“É importante lembrar que tivemos quedas observadas ao longo de quase todo o primeiro semestre de 2024, com alto número de abates. Agora, o período de entressafras está sendo intensificado pela questão climática.”

Caio Ferrari, professor de economia do Ibmec-RJ, explica que o produtor de gado define o volume de animais que será disponibilizado ao mercado com base nos preços atuais e nas expectativas para o futuro. Ele destaca que, devido ao ciclo produtivo mais longo das carnes, os preços podem reagir com uma defasagem maior em comparação a outros alimentos.

Levam alguns anos até o abate, o que faz o preço da carne reagir com um pouco mais de defasagem temporal do que alimentos que têm um ciclo produtivo mais curto. Se a carne fica cara, a tendência é que esse cenário se repita por mais tempo. Caio Ferrari, professor de economia do Ibmec-RJ

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