Na Venezuela, um tribunal emitiu ordem de prisão contra o opositor Edmundo González Urrutia, conforme disse, nesta segunda-feira (2), o Ministério Público (MP) do país. O MP havia solicitado a um tribunal especializado em crimes de “terrorismo” a emissão de um “mandado de prisão” contra Edmundo González Urrutia, que nas eleições presidenciais de julho foi candidato pela maior coalizão de oposição ao governo do ditador Nicolás Maduro.
Segundo o órgão, González Urrutia teria cometido “crimes de usurpação de funções” e “falsificação de documentos públicos” em relação às atas de votação do pleito de 28 de julho.
A solicitação à Justiça foi feita depois que a promotoria convocou González Urrutia em três ocasiões, e o candidato opositor decidiu não comparecer, alegando que não sabia em que qualidade foi chamado e não reconhecia os crimes atribuídos a ele pelo MP.
De acordo com um ofício emitido, nesta segunda-feira (2), pelo MP, o político também é acusado de “instigar a desobediência às leis”, “conspiração” e “sabotagem de danos aos sistemas e associação (para cometer crimes)”.
A investigação sobre González Urrutia está relacionada à alegação da principal coalizão de oposição ao governo Maduro – a Plataforma Unitária Democrática (PUD) – de que obteve “83,5% das atas eleitorais” da eleição, com ajuda de testemunhas e membros das seções eleitorais para apoiar sua acusação de que houve fraude no pleito em prol do atual presidente.
A PUD divulgou essas atas, que o governo do país classificou como “falsas”, depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou a reeleição de Maduro, que é questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a alegação de González Urrutia de que ele venceu por uma ampla margem.
Na última quinta-feira (29), quando a terceira convocação foi divulgada, o Ministério Público advertiu González Urrutia que, se ele não comparecesse novamente, seria emitido “um mandado de prisão” porque o político estaria “em risco de fuga”. Com informações da Agência EFE e da AFP.