Os investidores estrangeiros resgataram mais de R$ 40 bilhões em ações da Bolsa brasileira (B3) neste primeiro semestre, o equivalente a US$ 7,9 bilhões. É o pior resultado para um primeiro semestre desde 2020, no auge da pandemia de Covid, quando os resgates por estrangeiros somaram US$ 16 bilhões, mostra levantamento da Bloomberg.
As retiradas ocorrem em meio a uma crescente desconfiança de analistas com o cenário fiscal para o Brasil e a uma disparada do dólar frente ao real. O cenário internacional, com perspectivas de juros mais altos nos EUA por um período maior, também reduz o apetite dos investidores por ativos de risco, como os de mercados emergentes.
Chama a atenção o fato de que houve retiradas líquidas (ou seja, os resgates superaram os depósitos) em todos os meses deste ano – algo que também não ocorria desde o primeiro semestre de 2020.
Veja, abaixo, o histórico dos investimentos estrangeiros (saldo entre aportes e retiradas) nos primeiros semestres dos últimos anos, segundo levantamento feito pela Bloomberg. Números negativos expressam saída de recursos, números positivos mostram entrada líquida de investimentos.
- 2008: – US$ 4 bilhões
- 2009: + US$ 4,8 bilhões
- 2010: – US$ 1,6 bilhão
- 2011: – US$ 0,6 bilhão
- 2012: + US$ 1,5 bilhão
- 2013: + US$ 2,4 bilhões
- 2014: + US$ 5,5 bilhões
- 2015: + US$ 7,2 bilhões
- 2016: + US$ 3,6 bilhões
- 2017: + US$ 1,5 bilhão
- 2018: – US$ 2,4 bilhões
- 2019: – US$ 1 bilhão
- 2020: – US$ 16 bilhões
- 2021: + US$ 3,7 bilhões
- 2022: + US$ 10,1 bilhões
- 2023: + US$ 3,5 bilhões
- 2024: – US$ 7,9 bilhões
Fonte: Globo