O secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá, comentou na noite desta segunda-feira, 24, sobre a circulação de viaturas do patrulhamento ostensivo com dois policiais militares, prática que tem se intensificado nas últimas semanas no Ceará. Ele afirmou que a prática já era adotada no Estado e que também é realidade em todo o Brasil, especialista discordam do secretário, e lembram que no passado tal prática foi adotado no Ceará e não deu certo.
O ex-deputado estadual e policial por quase 10 anos Soldado Noelio fez severas críticas a esse modelo “Uma medida completamente irresponsável que poderá custar a vida de um policial ou mesmo de cidadão, pela inviabilidade de proporcionar segurança por ter um efetivo reduzido para atender ocorrências mais complexas” afirmou em publicação sobre o tema nas redes sociais.
“É importante esclarecer que já há aqui no Ceará muitas unidades em que praticamente 80, 70% do seu contingente já atuou com dois policiais”, afirmou Sá. “Inclusive, no Interior, onde o efetivo é menor, isso é uma realidade quase que total no patrulhamento urbano das áreas em que não há alto índice de criminalidade”.
No Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), exemplificou o secretário, o patrulhamento já era feito em dupla. O secretário também disse que “por onde passou” no Brasil verificou que, nas áreas urbanas, o patrulhamento ostensivo a pé é feito a dois.
“Obviamente que quando você tem uma área mais crítica, você vai fazer uma operação, uma abordagem mais delicada, você solicita reforço, você emprega tropas especiais, você emprega um contingente maior”, afirmou.
O patrulhamento a dois tem sido alvo de críticas, sobretudo, de políticos oposicionistas ligados à questão da segurança pública. Em live realizada na noite da última sexta-feira, 21, o pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza Capitão Wagner (UB) cobrou o fim dessa modalidade de policiamento, chamada por ele de “erro crasso”.
“Não adianta ter discurso forte, dizer que ‘bandido vai ser tratado como bandido’ se colocar apenas dois policiais por viatura”, afirmou Wagner. Ele ainda citou o caso de uma viatura atingida por uma pedra no bairro Rodolfo Teófilo, também na noite de sexta, como exemplo da ineficácia da medida.