O embaixador de Israel e entidades judaicas do Brasil lamentaram a nota emitida pelo Itamaraty sobre os ataques coordenados pelo Irã a Israel, Daniel Zonshine (embaixador de Israel) afirmou ter se sentido “desapontado” com a posição do Ministério das Relações Exteriores do governo Lula (PT), já o presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), Claudio Lottenberg, assinou uma nota dizendo que a posição do governo é “mais uma vez frustrante”.
– Não é a primeira vez que Irã está envolvido em ações contra Israel. Primeira vez que está fazendo isso de uma maneira direta, do território dela para o território israelense. Então, a expectativa é pelo menos ouvir qualquer condenação para esta coisa, em que aumentou o nível do envolvimento do Irã neste conflito que Israel está envolvido aqui no Oriente Médio. Infelizmente, não ouvimos nenhuma condenação nesta mensagem do Itamaraty. Isso é uma coisa [que nos deixa] um pouco desapontados – assinalou Zonshine.
– A posição do governo brasileiro é mais uma vez frustrante. O mundo democrático e vários países do Oriente Médio se uniram a Israel em condenar e combater o ataque do Irã. Já a atual política externa do Brasil optou por se colocar ao lado da teocracia iraniana, desviando novamente de nossa linha diplomática histórica de condenar agressões desse tipo. Lamentável – diz Lottenberg.
O Instituto Brasil-Israel (IBI), por meio das redes sociais, também se manifestou contra a nota do Itamaraty. Segundo a entidade, “o governo brasileiro perdeu a oportunidade de condenar um ataque flagrante ilegal que pode elevar a instabilidade regional a níveis imprevisíveis”.
Em nota sobre o ataque neste sábado, o Palácio do Itamaraty manifestou “grave preocupação” com o cenário no Oriente Médio, entretanto, evitou condenar o Irã.
– O governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria. Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o Governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã – diz o comunicado.
O posicionamento brasileiro, que passa bem longe daquele emitido por outras nações ocidentais como França, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, que condenaram veementemente a postura do Irã, retrata a relação diplomática atual entre Brasil e Israel, que piorou depois que o presidente Lula comparou a resposta de Israel aos ataques do Hamas ao massacre de judeus pelos nazistas.