Victor Manuel Rocha, um ex-diplomata de carreira dos EUA que serviu como embaixador na Bolívia, admitiu trabalhar como agente cubano por mais de quatro décadas. Rocha, de 73 anos, foi acusado de repassar informações secretamente para o governo cubano comunista desde 1981 enquanto trabalhava no Departamento de Estado dos EUA. Na quinta-feira, ele mudou sua declaração inicial de inocência em um tribunal em Miami. Seu julgamento está programado para 12 de abril.

A movimentação encerra rapidamente um dos casos de espionagem de maior destaque entre Cuba e os EUA. A audiência do tribunal na quinta-feira era suposto lidar com a abordagem dos documentos confidenciais envolvidos no caso, conforme noticiado pelo Miami Herald.

Porém, no lugar disto, Rocha, seus advogados e os promotores reconheceram que um acordo de confissão havia sido alcançado. Questionado pela juíza Beth Bloom se ele desejava mudar sua declaração para culpado, ele respondeu: “Meritíssima, estou de acordo”.

Como a ação de Rocha foi descoberta

As evidências coletadas pelos investigadores incluem secretas gravações de Rocha confessando que trabalhou para Cuba por décadas, elogiando o falecido líder cubano Fidel Castro como “Commandante” e chamando os Estados Unidos de “inimigo”.

Agora, parece que ele e sua equipe jurídica chegaram a uma conclusão semelhante, calculando que a declaração de culpabilidade era sua opção mais sensata. BBC tentou entrar em contato com seu advogado para um comentário, mas não obteve resposta até o momento.

A reação da comunidade de inteligência dos EUA

James Olson, ex-chefe de contrainteligência da CIA, disse à BBC que o caso ilustra como os serviços de inteligência de Cuba enganaram o governo dos EUA. Alegou que o país “propriedade privada” e “nos superou”, gerando uma “questão pessoal contra os serviços de inteligência cubanos” devido ao sucesso deles em operar contra os norte-americanos. Para Olson, Rocha é “um traidor que traiu nosso país, isso é desprezível, e eu não acho que ele verá a luz do dia novamente”.

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