Membros da oposição do Congresso Nacional cobraram, nesta quarta-feira, 24, os presidentes do Congresso Nacional e da Câmara dos Deputados, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e Arthur Lira (PP-AL), respectivamente, pela defesa das prerrogativas do Congresso Nacional.
Cerca de 23 deputados, além de três senadores, estão reunidos na liderança do PL na Câmara para tratar sobre a busca e apreensão realizada pela Polícia Federal no gabinete do líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ). A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Buscaremos todos os mecanismos para que o Congresso não seja mais desrespeitado por nenhum outro Poder”, disse o segundo vice-presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcantes (PL-RJ). “O meu papel com outros parlamentares é a busca de diálogo com Lira, Pacheco e com outros líderes, além da oposição e minoria, para estabelecermos o respeito a Câmara dos Deputados. Esse episódio encerrará e colocaremos um limite nisso, em especial com a ajuda dos presidentes Lira e Pacheco, que não faltarão com o Congresso Nacional.”
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), reforçou a cobrança aos presidentes do Legislativo. “É muito grave o que está acontecendo”, disse. “Vamos definir uma pauta institucional no sentido de preservar e fortalecer prerrogativas no parlamento brasileiro. Há uma evidente hipertrofia de um poder sobre o Legislativo, queremos tratar sobre as prerrogativas e o equilíbrio necessários aos poderes da República.”
Jordy também fez o uso da palavra e criticou a ação da PF contra ele. “O que está acontecendo é uma pesca probatória para pegar algo no meu celular”, pontuou. “Somente em ditaduras líderes da oposição são perseguidos. Clamo a Lira e Pacheco para que nosso poder seja respeitado. Precisamos urgentemente restabelecer a normalidade democrática no país. Essa guerra instituída por algumas pessoas no STF só está causando dor.”
Para ele, a ideia seria “dizimar” a oposição para “desumanizá-los”. “Não sou bandido”, continuou. “Nunca incitei o 8 de janeiro, nunca provoquei baderna, muito menos financiei. Minha família foi atacada. Minha privacidade foi violada.”
Até o momento, Lira e Pacheco não comentaram publicamente sobre a operação. A ação da PF contra Jordy faz parte da 24° fase da operação Lesa Pátria, que pretende identificar pessoas que planejaram, financiaram e incentivaram os atos de depredação que ocorreram em 8 de janeiro.
No gabinete do parlamentar, os agentes passaram cerca de duas horas e apreenderam um notebook e alguns documentos. Os policiais saíram do local com alguns malotes. Além disso, os agentes foram em outros endereços de Jordy.