As facções criminosas a cada dia tomam mais espaço no Ceará, investigação da 7ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revelaram que uma ramificação da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no bairro Dias Macedo expulsou moradores de suas casas, cobrava de outros pela permanência em um terreno invadido e é responsável por, pelo menos, três homicídios na região.

Diversas prisões de suspeitos de integrar o grupo já foram realizadas. A mais recente ocorreu no domingo, 3, quando foram presos o casal Jamile Duarte Buriti, de 24 anos, e Stevão de Almeida Ferreira, de 34 anos.

Os supostos chefes da quadrilha também foram presos: Fabíola Gomes da Silva Ferreira, 31 anos, e Fabrício de Oliveira Cunha, de 27 anos. Eles foram capturados mediante cumprimento de mandado de prisão preventiva, em 14 de novembro, ao lado de outros três integrantes do grupo: Hilkias Thyerry dos Santos, 27 anos; Thaylson da Silva Nogueira, 21 anos, o “Macarrão”; e Lucas Victor Silva da Cruz, 24 anos, o “LV”.

“Na ação, aparelhos celulares, uma pistola, munições, um veículo, droga e uma quantia em dinheiro foram apreendidos”, informou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Outros suspeitos são procurados.

Conforme depoimentos colhidos pela Polícia Civil, o bando expulsou entre sete e dez famílias da comunidade Renascer. Entre as expulsões está a de um homem identificado como Daniel Oliveira Santana, que viria a ser morto pelo grupo em 23 de maio deste ano.

Ele havia passado a morar no bairro após alugar uma casa de uma pessoa que também havia sido expulso do local. A facção, porém, não admitiu que Daniel continuasse morando na residência, afirmando que eles “tinham perdido tudo”.

Pela morte de Daniel, Fabíola e Fabrício foram indiciados. “Vale ressaltar que durante as investigações, restou comprovada que FABIOLA GOMES DA SILVA FERREIRA é responsável em expulsar moradores de suas residências, bem como extorquir a população como forma de ‘autorizar’ a permanência das pessoas no local, atuando como ‘a verdadeira Dona do Bairro’ como é conhecida pela população local, causando um verdadeiro temor e pânico na população que se via refém das arbitrariedades do grupo criminoso”, diz trecho do relatório policial assinado pela delegada Manuel Lima da Costa.

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