A alta expressiva nas passagens ocorre devido à expectativa das empresas com a aproximação do verão e da alta estação, segundo Alessandro Oliveira, pesquisador do Núcleo de Economia do Transporte Aéreo do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (Nectar-ITA).
O especialista aponta que o modelo de precificação dinâmico adotado pelas companhias aéreas, que tem menores preços para passagens em baixa estação, está cada vez mais agressivo. “Faz parte de uma estratégia de extrair uma maior rentabilidade de um segmento de passageiros que são menos sensíveis a preços, como, por exemplo, passageiros corporativos”, explica.
Com relação aos preços altos, a Gol afirma que a curva de precificação praticada, considerando antecedência e ocupação das aeronaves, permite que diferentes perfis de clientes tenham acesso ao transporte aéreo.
A Azul Linhas Aéreas, por outro lado, destaca a influência de fatores externos, como a variação do dólar e o preço do combustível. Já a Latam aponta que preços mais atrativos podem ser encontrados por clientes que programam viagens com antecedência. “É possível encontrar as melhores tarifas domésticas no Brasil de 6 a 2 meses antes do voo pretendido. No caso de viagens ao exterior, esta antecedência gira em torno de 8 a 4 meses”, diz a empresa.
Alessandro Oliveira aponta que as empresas buscam aproveitar o momento de forte demanda para aumentar os lucros, à medida em que ainda se recuperam da baixa demanda da pandemia. “Os custos podem não estar subindo, e esse é um setor que a demanda e a concorrência ditam muito. A concorrência está ‘congelada’, porque não entra um concorrente forte. O que pode estar ditando esse movimento é a demanda, então as companhias ganham um grau de liberdade”, comenta.