O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira afirmou que as invasões feitas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) são instrumento “legítimo de pressão”. Em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste domingo, 12, Teixeira rebateu as críticas segundo as quais o governo Lula não tem agido para coibir os ataques do MST.

Responsável pela interlocução do governo com parlamentares da bancada do agro, Teixeira disse que o papel do MST é fazer pressão e reivindicações, mas sem a necessidade de invadir terras, o que ele chamou de “ocupação”.

“Toda a nossa abordagem foi dizer: ‘Olha, as reivindicações de vocês têm um canal para serem expressas’. Isso requer negociação”, disse

O ministro negou-se a dizer se haverá mais invasões de terras nos próximos meses. Durante o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito do MST, os sem-terra suspenderam atividades no campo.

Em relação aos assentamentos reivindicados pelo MST, Teixeira disse que o governo analisa como será feito e que ainda não tem uma meta estabelecida.

“Foram assentadas 6 mil famílias até agora. Podemos chegar a 9 mil famílias no primeiro ano de governo. E a estratégia dos outros anos está sendo amadurecida para ter um volume de assentamento muito forte”, disse.

Cartilha do MST no site do Planalto

O site da Secretaria-Geral da Presidência mantém, em suas páginas internas, uma cartilha informativa do MST, confirmando o vínculo do governo com o grupo.

A cartilha é alusiva ao Dia Mundial da Alimentação e tem itens como pleitos dos Sem Terra ao governo.

O documento também declara que a pauta de reivindicações dos Sem Terra é “uma oportunidade singular de ensinar e aprender”.

Durante toda a CPI do MST, o governo negou vínculos com os Sem Terra.

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