A Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgou que o aumento dos casos de antissemitismo é de 1.200%,  O país tem a segunda maior comunidade judaica da América Latina, com 120 mil judeus, mas tem registrado cenas dantescas, como a de cartazes colocados nas ruas do Rio de Janeiro: “Judeu, câncer do mundo”.

As denúncias são registradas em um canal aberto pela Conib e enviadas para a polícia e para o Ministério Público.

Segundo analistas, a alta está relacionada a um preconceito enraizado contra as duas comunidade — judaica e islâmica. “Costumo dizer que, quando vemos uma onda de racismo desencadeada por um fato específico, isso é sinal de que o racismo estava ali antes”, declarou Michel Gherman, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e assessor acadêmico do Instituto Brasil Israel (IBI).

Nos EUA, os casos de antissemitismo cresceram 400%, enquanto ataques contra muçulmanos chegaram ao maior número registrado desde 2015. Mais de 770 queixas foram registradas pelo Conselho de Relações Islâmico-Americanas (Cair).

As hostilidades têm crescido também no ambiente acadêmico e despertaram a atenção da Casa Branca, que emitiu um comunicado no qual reconhece o “aumento alarmante” de ataques antissemitas em escolas e universidades. Na Universidade de Cornell, uma das mais prestigiadas dos EUA, ameaças de mortes contra judeus foram publicadas na internet depois dos atentados de 7 de outubro.

Em países europeus, os relatos de antissemitismo são constantes desde antes da guerra, mas se agravaram depois dos recentes ataques do Hamas. A França registrou 588 atos antissemitas após o início do conflito, resultando em 336 pessoas presas.

Na Alemanha, houve o registro de 202 ataques antissemitas. Em ambos países, pichações de Estrelas de Davi em apartamentos e comércios judaicos, comuns durante o Terceiro Reich, se multiplicaram. Em Londres, 174 crimes de islamofobia foram registrados entre o dia 7 e o dia 28 de outubro, ante 65 do ano passado.

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