Dezessete anos após ter sido expropriada pelo governo de Evo Morales, a Petrobras vai voltar a investir na Bolívia. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 26, pela estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
A Petrobras vai ser juntar a YPFB em um investimento de US$ 2,5 bilhões na construção de uma nova planta para a produção de amônia e ureia, na cidade de Puerto Quijaro.A nova instalação terá capacidade de produzir 4.200 toneladas de amônia e ureia.
Uma equipe técnica da Petrobras realizou uma missão à Bolívia nas últimas semanas, definida pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, como “bem sucedida”.
“Haverá novidades no curto prazo e certamente teremos foco e dedicação máxima na reconstrução das parcerias com nosso importante país vizinho”, escreveu Prates em seu perfil no X, antigo Twitter.
Para o vice-presidente nacional de operações da YPFB, Luciano Montellano Abasto, existe um interesse de ambas as partes para fazer o investimento conjunto.
Segundo a YPFB, o Brasil é um dos maiores importadores de ureia boliviana, consumindo cerca de 80% da produção do país vizinho, concentrada na unidade na cidade de Bulo Bulo, em Cochabamba.
A Petrobras já foi uma das empresas mais importantes da Bolívia, mas acabou sendo expropriada em 2006, quando o governo do então presidente Evo Morales decretou a nacionalização de seus ativos sem indenização.
Logo após tomar posse como presidente da Bolívia, Morales ordenou a invasão de plantas e refinarias da Petrobras por parte de agentes de segurança e militares bolivianos.
A Petrobras detinha na época cerca de 25% dos postos de combustíveis existentes na Bolívia, produzindo 100% da gasolina e 60% do óleo diesel consumidos pelos bolivianos.
A estatal brasileira era responsável por 18% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) boliviano e 24% dos impostos arrecadados no país vizinho.
Em 2007 a Bolívia aceitou pagar uma indenização à Petrobras pela nacionalização dos ativos. A estatal brasileira pediu US$ 200 milhões pelos ativos, mas o governo Morales aceitou pagar apenas US$ 112 milhões.
A Petrobras amargou um prejuízo, pois havia comprado os ativos em 1999, por US$ 104 milhões, e investido US$ 30 milhões em melhorias.