Paola Bandeira, trans de 28 anos, pode receber R$ 100 mil de indenização, por não poder usar o banheiro feminino de uma academia em Peruíbe, no litoral do Estado de São Paulo. Em 2022, o dono do estabelecimento impediu Bandeira de entrar no toalete. Dessa forma, a pessoa trans acionou o Ministério Público do Estado, que apresentou uma denúncia contra o proprietário do negócio, além da advogada da empresa.
Nesta semana, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) recebeu a denúncia, por suposto racismo motivado por transfobia.
O promotor Danilo Keiti Goto assina o processo. Além disso, Goto pediu à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo que retire do Boletim de Ocorrência o antigo de batismo de Bandeira.
Em janeiro de 2022, Bandeira disse que o dono da academia queixou-se de suas roupas. À época, a advogada que mediou a conversa entre o proprietário da academia e Bandeira contou que sua função era apenas “tentar apaziguar a situação”, mas que não foi preconceituosa.
O homem, por sua vez, admitiu que não tem preconceito contra Bandeira, apenas ficava incomodado com algumas palavras que ela dizia às amigas, como “gostosa” e “racha”, adjetivos que, segundo ele, não “condizem com um ambiente familiar”.