Amigo do presidente Lula (PT) e “fiel escudeiro” do petista, o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino (PSB) é um dos nomes mais cotados para assumir a cadeira da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, que se aposentará em outubro deste ano.  O atual ministro da Justiça é nome preferido de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, e uma vez que Lula satisfaça a vontade destes, poderá indicar para a Procuradoria-Geral da República (PGR) um nome de sua preferência, sem ter de, necessariamente, agradar aos ministros do STF.

Os magistrados querem para a PGR Paulo Gustavo Gonet Branco, mas se Lula der tudo o que eles querem, ficará refém de um Judiciário forte e entrosado em demasia. Por esta razão, o petista poderá indicar para a PGR Antonio Carlos Bigonha, se optar, de fato, por Flávio Dino para o STF.

Mas, de acordo com integrantes do primeiro escalão de Lula, o jogo mudou há algumas semanas, quando Dino deu indicações de que via com bons olhos sua própria indicação. “Ele se tornou favoritíssimo”, diz um ministro próximo a Lula. “Foi a estratégia perfeita. Saiu na hora certa e voltou na hora certa”, diz outro ministro do governo.

Nesta semana, ao ser questionado em um pequena roda de interlocutores quem via como favorito para substituir Rosa Weber no Supremo, um ministro com acesso frequente ao presidente corrigiu. “A pergunta certa não é quem Lula vai indicar para o STF. É quem Lula vai colocar no Ministério da Justiça”, afirmou, já se referindo à sucessão de Dino na pasta. Todos gargalharam.

Fator que também colabora para a escolha do ex-governador do Maranhão para a vaga de Rosa Weber é que existe uma ala do PT que acredita que, uma vez que Dino vá para o STF, deixará livre o caminho para a sucessão presidencial quando Lula deixar o Planalto.

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