Nesta terça-feira (15), o deputado federal Ricardo Salles, relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), acusou o movimento de receber cerca de R$ 2 bilhões de reais do poder público de forma irregular.
O dinheiro era repassado para associações e cooperativas do MST utilizando CPF de associados e cooperados. Ainda segundo o relator da CPI, a controladoria identificou a destinação R$ 2,8 bilhões para pessoas do movimento que não teriam direito de receber os recursos.
A CPI ouviu o líder do MST, João Pedro Stedile, que negou ter qualquer conhecimento sobre esses repasses. O militante afirmou que o MST tem hoje 5 mil assentamentos com 500 mil famílias. Com isso, defende que “nem Jesus Cristo” teria como saber o que acontece em todos eles.
Salles rebateu as respostas ironizando que o líder desconhece as provas trazidas para a comissão, como testemunhos e documentos que não falam apenas dos repasses bilionários, como também sobre abusos contra assentados e privilégios de dirigentes.
– As narrativas trazidas aqui indicaram nominalmente, factualmente, desvios de conduta não desprezíveis – declarou o relator.
Stedile comentou em outro momento que não é ele quem deve julgar os crimes cometidos nos assentamentos, mas sim a Justiça.
– Em casos de desvios, ou de comportamento de dirigentes ou de recursos, aí é Código Penal, aí nós não temos problema nenhum, é nosso dever, inclusive, fazer com que se corrijam esses desvios porque os mais prejudicados somos nós, o MST. O MST que organizar o povo para lutar pela terra, para acabar com o latifúndio, para acabar com pobreza, esse é o nosso objetivo.