O presidente Lula voltou a atacar o senador Sergio Moro (União-PR) nesta quinta-feira 23. Depois de ter expressado seu desejo de vingança contra o ex-juiz da Lava Jato em uma entrevista na terça-feira 21, o presidente disse, agora, que o plano para matar o senador, objeto de operação da Polícia Federal na quarta-feira 22, foi uma “armação de Moro”.
“Eu não vou falar porque eu acho que é mais uma armação do Moro, mas eu quero ser cauteloso. Eu vou descobrir o que aconteceu”, declarou, durante visita ao Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio, onde está a linha de produção do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil.
Mas, mesmo admitindo não ter qualquer prova ou mesmo indício da alegada “armação”, Lula continuou: “É visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar e vou saber porque da sentença. Até fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele, mas isso a gente vai esperar. Eu não vou ficar atacando ninguém sem ter provas. Eu acho que é mais uma armação e se for mais uma armação ele vai ficar mais desmascarado ainda, ai eu não sei o que ele vai fazer da vida se ele continuar mentindo do jeito que está mentindo.”
Lula se referia à Operação Sequaz, que envolveu 120 policiais federais de quatro Estados e do Distrito Federal, a qual foi anunciada pelo seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Além de Moro, o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya, também era um dos alvos do PCC. Nove envolvidos foram presos.
As ordens de prisão e de busca e apreensão foram concedidas pela juíza Gabriela Hardt. A magistrada substituiu o próprio Moro na Operação Lava-Jato quando o ex-juiz pediu exoneração do cargo, no fim de 2018, para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), debochou de Moro ao comentar o plano do PCC de matar o senador.