O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, falou nesta segunda-feira (16) sobre a nova tentativa de assassinato perpetrada contra ele neste domingo (15) na Flórida. Sarmad lembrou que esta foi a segunda tentativa de assassinato contra Trump e perguntou ao republicano qual era sua opinião sobre isso. Trump então culpou novamente a retórica dos democratas e a esquerda radical pela violência eleitoral.
“Há muita retórica em jogo, certo?”, disse Trump, lembrando que membros do Partido Democrata insistem em investir na ideia de que ele é uma “ameaça à democracia”. “Parece que essas duas pessoas eram da esquerda radical”, afirmou o republicano, se referindo a Routh e a Thomas Crooks, o assassino que tentou tirar sua vida durante um ataque contra seu comício em Butler, na Pensilvânia.
Em uma conversa com o influenciador Farokh Sarmad, na ferramenta Spaces da rede social X, de Elon Musk, Trump deu detalhes sobre o momento em que ficou sabendo que estava sob a mira de um novo assassino. A nova tentativa de assassinato ocorreu enquanto o republicano estava em seu campo de golfe, jogando com amigos.
“Eu estava jogando golfe com alguns amigos, era uma manhã de domingo, muito tranquila e o tempo estava lindo. Tudo estava maravilhoso, um ótimo lugar para estar, e de repente ouvimos tiros no ar, acho que uns quatro ou cinco”, disse. “[…] O Serviço Secreto soube imediatamente que eram balas, e eles me pegaram, e acho que outro também, Steve Woodcuff, um dos meus amigos […] Estávamos em grupo e todos simplesmente entramos nos carrinhos de golfe e saímos bem rápido. Eu estava com um agente e ele fez um trabalho fantástico. Não havia dúvidas de que sairíamos daquele campo. Eu adoraria ter finalizado aquela última tacada, mas decidimos: é melhor sairmos daqui”, lembrou Trump.
O republicano descreveu que os tiros que ele escutou naquele momento na verdade foram disparados por um dos agentes do Serviço Secreto, que já tinha conseguido avistar o homem que se preparava para atentar contra sua vida.
“Um agente do Serviço Secreto tinha visto o cano de uma AK-47, que é um rifle muito poderoso, e começou a atirar no cano, atirando nos arbustos. Ele só podia ver o cano [da arma]”, contou Trump. “Com base nisso, ele começou a atirar e correu em direção ao alvo. Foram esses os tiros que ouvimos”, disse ele.
Trump afirmou que o homem que queria assassiná-lo nunca nem sequer chegou a disparar uma bala e correu no momento em que foi alvo dos disparos efetuados pelo agente do Serviço Secreto.
“O outro atirador [Ryan Wesley Routh, o assassino] nunca conseguiu disparar, e ele correu para o outro lado da rua, entrou em seu carro ou caminhonete, e, incrivelmente, um civil naquela área viu algo suspeito, e dirigiu seu carro para trás da caminhonete desse homem, tirou fotos da placa e as entregou ao escritório do xerife”, disse.
O candidato à Casa Branca enfatizou que “em um período relativamente curto, eles [as autoridades] rastrearam o homem [Routh] pelas rodovias. Houve uma perseguição em alta velocidade, e eles o pegaram. Pegaram ele. Você não gostaria de ter alguém assim à solta, sabe, ele largou sua arma, a AK-47, deixou a arma para trás. Deixou câmeras para trás, deixou muitas coisas para trás”.
Trump elogiou “o civil”, que afirmou ser uma mulher, que entregou detalhes do carro do assassino, e também as autoridades pelo “trabalho fantástico” que fizeram. Ele disse que espera que Routh fique um bom tempo preso.
“O agente fez um trabalho fantástico. O civil fez um trabalho fenomenal. Uma mulher. Quero dizer, quem imaginaria algo assim? Quantas pessoas teriam a presença de espírito para segui-lo [o assassino], tirar fotos da parte de trás do caminhão, e foi assim que conseguiram pegá-lo. O ponto-chave foi a placa. Eles pegaram a placa e, depois disso, existe toda essa tecnologia que literalmente pode rastrear onde o veículo está. Eu nunca soube que algo assim existia, e eles o localizaram na rodovia. Pegaram ele em uma perseguição em alta velocidade. Foi incrível. O Serviço Secreto fez um excelente trabalho. E acho que posso dizer, honestamente, que o escritório do xerife e as forças da lei, todos fizeram um ótimo trabalho. Estou feliz com isso”, disse.
No decorrer da conversa, Trump expressou preocupação com as investigações sobre o ataque perpetrado por Crooks e levantou questões sobre o processo.
“A primeira pessoa [Thomas Crooks] eles ainda precisam investigar mais sobre ela. Eles têm aplicativos que ainda não abriram, o que é bem estranho. E o pai do atirador [Matthew Brian Crooks] contratou o maior advogado do estado da Pensilvânia, o que é bem estranho, estamos falando do pai do atirador em Butler, o primeiro caso. E isso é bem estranho. Algumas coisas bem estranhas estão acontecendo ali. Posso dizer isso”, afirmou Trump, que, no mesmo momento, voltou a elogiar o trabalho dos agentes do Serviço Secreto durante o atentado na Pensilvânia.
Na conversa, o republicano lamentou a morte de Corey Comperatore, um cidadão chefe dos bombeiros voluntários da cidade de Butler que estava presente no comício na Pensilvânia e foi acertado de forma fatal pelos tiros de Crooks. Ele também agradeceu aos médicos por terem salvado a vida dos demais indivíduos que ficaram feridos naquele momento. Trump disse que conseguiu levantar fundos para ajudar as famílias dos atingidos.