A polícia do regime ditatorial de Daniel Ortega, na Nicarágua, invadiu a casa das irmãs dos Pobres de Jesus Cristo, em León, e prendeu quatro freiras brasileiras. A detenção das religiosas ocorreu no domingo 2.
O paradeiro das religiosas permaneceu desconhecido durante horas, mas elas já estão em segurança. As irmãs estavam havia sete anos no país e integravam a Fraternidade dos Pobres de Jesus Cristo, que faz parte da Fraternidade O Caminho, formada por consagrados, sacerdotes e leigos, fundada em 2001.
Segundo informações da Congregação, as quatro irmãs foram deportadas, porque a ditadura sandinista não havia renovado a sua permissão de residência. A comunidade vai dar continuidade ao apostolado em El Salvador.
Pelas redes sociais, a advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina explicou que a negativa do regime de extrema esquerda liderado por Ortega em renovar a permissão de residência de religiosos estrangeiros é reincidente e serve como argumento para expulsá-los do país.
Oficialmente, 40 freiras e 44 religiosos foram expulsos da Nicarágua nos últimos cinco anos, mas ela garante que o número real é muito maior.
Perseguições
A postura anticlerical e ditatorial de Ortega não é uma novidade. A perseguição contra a Igreja Católica começou nos anos 1980, durante a revolução sandinista, mas depois dos protestos de abril de 2018 na Nicarágua, houve um ponto de virada nas relações entre o governo e os fiéis católicos.
A Igreja Católica recebeu quase 200 ataques entre abril de 2018 e maio de 2022 no país sandinista, segundo um relatório da Organização Observatório Pro Transparência e Anticorrupção.
Além disso, no último um ano e meio, as autoridades expulsaram da Nicarágua os representantes no país da Santa Sé, prenderam sete padres e fecharam várias estações de rádio católicas.
Entre os casos de maior repercussão internacional esteve o da expulsão das 18 Missionárias da Caridade, a ordem fundada pela Santa Madre Teresa de Calcutá. Na próxima quinta-feira, 6, completa-se um ano da saída forçada da Congregação.