O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) estão sendo investigados por nepotismo cruzado, quando há contratação recíproca de parentes. O pedido de investigação foi feito na quinta-feira 5 pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado que atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Vigilante nomeou em seu gabinete a filha de Dias; em seguida, a suplente do ministro no Senado, Jussara Lima (PSD-PI), nomeou o filho do deputado, conforme apuração do jornal O Estado de S. Paulo.

“A prática infringe diretamente os princípios constitucionais de impessoalidade da administração pública contidos no artigo 37 da Constituição, além de representar uma violação da moralidade”, escreveu Furtado.

Em medida cautelar, o subprocurador também pede a suspensão dos salários dos filhos dos políticos e a atuação da Controladoria-Geral da União (CGU), da Comissão de Ética Pública (CEP) e do Ministério Público Federal (MPF) para investigar a possível improbidade administrativa.

O caso também foi levado ao MPF pelos deputados Kim Kataguiri e Guto Zacarias (ambos do União Brasil-SP). No pedido de investigação por possível ato de improbidade administrativa, eles afirmam que se trata de “séria agressão ao princípio republicano, à regra da impessoalidade e à moralidade administrativa”.

O nepotismo cruzado e um possível ‘funcionário fantasma’

A filha do ministro, a arquiteta Iasmin Dias Helou, foi nomeada no gabinete de Chico Vigilante, em um cargo especial com salário de R$ 8,7 mil. Já o filho do deputado distrital, Flávio Morais dos Santos, foi nomeado no gabinete da senadora Jussara Lima (PSD-PI) como assessor parlamentar júnior com salário de R$ 6 mil.

Também há suspeita de que Santos seja um “fantasma”. A reportagem no Estadão esteve no gabinete de Jussara e ninguém conhecia o filho de Vigilante. O ministro de Lula não comentou a investigação e o Chico Vigilante negou a existência de nepotismo cruzado.

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