Diante dos novos ataques feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, as especulações sobre os cotados para substituir o atual chefe da autarquia voltaram a se espalhar. Campos Neto tem mandato no cargo até o dia 31 de dezembro deste ano.
De acordo com o site do jornal Valor Econômico, entre os cogitados para o BC estão o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e o atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. Mantega já foi alvo da Operação Lava Jato, enquanto Mercadante chegou a ser acusado de ter tentado obstrui-la.
Outro nome que também circula nos bastidores é o de Luiz Awazu, que já fez parte do Banco Central. Ex-diretor de política econômica e assuntos internacionais da autoridade monetária, Awazu viu seu nome ganhar força após participar de uma audiência pública para discutir a proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da autonomia financeira e orçamentária do BC.
MANTEGA, MERCADANTE E A LAVA JATO
Mantega, cujo nome também já foi cogitado para comandar a Vale, chegou a ser preso em 2016, pela Polícia Federal, em uma das fases da Operação Lava Jato. Na época, a acusação era de que ele teria cometido supostas fraudes no período em que foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras para facilitar negócios do empresário Eike Batista.
Mercadante, por sua vez, foi acusado de, também em 2016, ter sido o suposto homem do governo para impedir a delação do ex-senador Delcídio do Amaral. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) na época, o atual presidente do BNDES teria oferecido ajuda jurídica e financeira para que Delcídio não fechasse um acordo de delação premiada no âmbito da Lava Jato.
O mesmo MPF, porém, acabou solicitando, em 2022, o arquivamento do inquérito contra Mercadante por considerar que faltavam “elementos mínimos a justificar a abertura de um processo penal”. O pedido foi aceito pela Justiça Federal, que arquivou a denúncia contra o político.