Sem informar quantos manifestantes ficaram feridos até agora nos protestos que dominam a França desde 19 de março, o ministro do Interior do governo de Emmanuel Macron disse que mais de mil policiais ficaram feridos. Trabalhadores, liderados por sindicatos, intensificaram greves e protestos em 15 de março, para pressionar o governo a não aprovar a reforma da previdência.

Mas não deu certo. Em 16 de março com uma manobra, sem o aval do Poder Legislativo, Macron aprovou as mudanças, que incluem o aumento da idade para se aposentar de 62 para 64 anos. Com isso, os protestos e a paralisação de alguns serviços prosseguem.

Em entrevista ao Journal du Dimanche, publicada neste domingo, 2, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, negou uso excessivo da força nas manifestações, mas admitiu que 36 policiais estão sendo investigados por esse motivo. Ele também disse que 1.093 policiais e bombeiros ficaram feridos em decorrência dos protestos. Até agora, segundo o ministro, foram registrados 2,6 mil incêndios criminosos e mais de 300 ataques a edifícios públicos.

Segundo o ministro, a polícia apenas interveio quando houve excesso e violência extrema provocada por “baderneiros profissionais” cujo objetivo seria “destruir propriedades e matar policiais”. Ele afirmou, ainda, que a extrema esquerda está na origem disso e “inverte os valores”. “Os bandidos passariam a ser os agredidos e a polícia, os agressores. A extrema esquerda está jogando um jogo muito perigoso hoje em nosso país”, declarou o ministro ao jornal francês.

Na sexta-feira 31, um grupo de advogados apresentou cem denúncias de “prisões e detenções arbitrárias” durante os protestos. Segundo os profissionais, uma média de 100 a 300 pessoas foram detidas por dia de manifestação. Os sindicatos que organizam os protestos e greves prometeram que não haverá trégua e anunciaram novas paralisações na quinta-feira 6 em toda a França.

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