A boxeadora búlgaro-nigeriana Joana Nwamerue, ex-adversária de Imane Khelif, afirmou que suas experiências no ringue com a atual campeã olímpica da Argélia a fizeram concluir que a pugilista é “um homem”. Ela afirma que possui registro das sessões de sparring – um tipo de treino em que se simula uma luta para trabalhar as habilidades -, e que Khelif demonstrou ter “poder e técnicas masculinas”.
– [Khelif] tem algum tipo de problema interno. Mas é um homem. Ficarei com minhas palavras até que ele/ela faça um teste para provar ao mundo que ele/ela é mulher. Mas todos sabemos que isso não vai acontecer. Acho que jogamos 3-4 sessões de sparring. Eu tenho um registro de tudo. Posso confirmar que, este é um homem, para mim. Poder masculino. Técnicas masculinas, tudo – defendeu.
A declaração ocorreu em entrevista ao portal Reduxx, que trata de temas como transexualidade, direito feminino e ideologia de gênero. A fala foi repercutida pelo jornal britânico The Mirror.
Nwamerue ainda conta que, ao conversar com companheiros de equipe de Khelif, eles lhe disseram que a boxeadora pode ter sofrido modificações genéticas por morar em uma região montanhosa.
– Os companheiros de equipe [de Khelif] vieram ter comigo e disseram-me: “Imane não é um homem. Ela é uma mulher e mora no alto das montanhas com seus parentes e pais e, portanto, pode haver uma mudança em sua testosterona ou cromossomos e assim por diante” – relatou a búlgaro-nigeriana.
A polêmica em torno da boxeadora nigeriana iniciou após a Associação Internacional de Boxe (IBA) desclassificá-la, assim como a taiwanesa Lin Yu-ting, em decorrência de testes que mostraram que ambas possuem altos níveis de testosterona e cromossomos XY (masculinos).
Entretanto, as duas jovens foram admitidas nas Olimpíadas após o Comitê Olímpico Internacional (COI) suspender a IBA e assumir o controle da modalidade nos Jogos.
Durante a Olimpíada de Paris, neste ano, o caso se tornou mundialmente conhecido e despertou críticas envolvendo à participação das jovens. Ambas acabaram ganhando a medalha de ouro nos Jogos, em suas respectivas categorias.
Após a repercussão negativa, Khelif garantiu ser mulher e contatou seus advogados a fim de denunciar assédio cibernético agravado, no centro de ódio online do Ministério Público de Paris. Em comunicado assinado por ela e seu advogado Nabil Boudi, ela disse que, após conquistar a medalha, irá iniciar uma nova luta: “a da justiça, da dignidade e da honra”.