Senadores e deputados federais da oposição devem pedir a prisão do general Dias, ex-ministro do GSI, à Procuradoria-Geral da República. O ato acontece depois de a imprensa veicular que Dias falsificou um relatório de inteligência fornecido à Câmara dos Deputados. O documento se refere aos atos de vandalismo que aconteceram na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

A Abin elaborou dois relatórios sobre o episódio. A comparação desse material mostra que Dias teria retirado de um dos documentos os registros de que ele foi informado dos riscos de invasão das sedes dos Três Poderes.

Parlamentares que tiveram acesso ao material adulterado constataram que o documento não mostra os 11 alertas que o general Dias recebeu no celular entre 6 e 8 de janeiro. O relatório foi entregue à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional e assinado pelo diretor-adjunto de Dias, Saulo Moura da Cunha.

Ocorre que exatamente esses mesmos alertas estão presentes em outra versão do mesmo documento, encaminhada pela Abin para a mesma comissão, em 8 de maio. Isso é, quando o GSI já estava sob comando do general Marco Antonio Amaro dos Santos.

A primeira versão desse ofício foi encaminhada ao Congresso Nacional atendendo ao pedido da CCAI, logo em seguida dos atos radicais, enquanto a segunda versão foi entregue por determinação do ministro Alexandre de Moraes, deferindo um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República.

No dia 4 de maio, o magistrado ordenou que a Abin e a Polícia Militar do Distrito Federal enviassem os relatórios à PGR e, também, mandou a comissão do Senado encaminhar todos os relatórios de inteligência que obteve.

A segunda versão do ofício, com a assinatura do atual diretor-adjunto da agência, Alessandro Moretti, contém 11 envios de alertas para o celular do general Gonçalves Dias, com três mensagens enviadas diretamente a ele.

Portanto, não há que se falar em dúvida de que os responsáveis da área de inteligência do governo tinham total ciência do “risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades”.

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