A nova escolha do Presidente do IBGE Marcio Pochmann, gerou repercussão negativa em várias setores, inclusive dentro do próprio governo Lula, o nome parece não ter agradado o Ministro da Economia Fernando Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet.
O economista Edmar Bacha, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos anos 1980, criticou a indicação do petista Marcio Pochmann para a chefia do órgão.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na quarta-feira 27, Bacha afirmou que Pochmann é um “ideólogo” e que não terá problemas em colocar o IBGE a serviço de sua ideologia, assim como fez ao presidir o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Estou ofendido como ex-presidente do IBGE”, afirmou.
Outra economista que críticou a escolha foi Elena Landau, diretora do Programa de Desestatização do BNDES no governo FHC, criticou a indicação de Marcio Pochmann para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elena ajudou a formular o programa de governo da então candidata ao Planalto Simone Tebet. No segundo turno da eleição, Elena “fez o L”.
“Um dia de luto para estatística brasileira”, disse Elena, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na quarta-feira 26. “Uma pessoa que não entende de estatística, não tem preparo para a presidência do IBGE e não tem nada a ver com a linha da equipe econômica do Ministério do Planejamento. É uma posição partidária pura e absoluta.”
De acordo com a reportagem, a indicação de Pochmann foi um pedido expresso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que foi mal recebida pelo Ministério do Planejamento, chefiado por Simone Tebet.
Tebet vinha apresentando forte resistência ao nome de Pochmann e preferia a permanência do presidente interino do órgão, Cimar Azeredo.
“Não entendo como ela pôde ter aceitado a indicação de Pochmann”, disse Bacha. “É incompreensível. Espero que ela não assine essa nomeação, pois seria um desrespeito à sua própria autobiografia.”
O ex-presidente do IBGE alertou ainda para a perda de credibilidade que o órgão pode sofrer com a nomeação de Marcio Pochmann para o Instituto, sob risco de sofrer as mesmas consequências negativas do Indec, da Argentina, que perdeu confiança por conta das distorções na formulação dos indicadores econômicos.