O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu inovar. Transmitido pela Televisora Venezolana Social (TVES), o programa Factor M, de sua autoria, promete ser um espetáculo de entretenimento com luzes LED, efeitos pirotécnicos e uma plateia “vibrante”. Inspirado no formato do X Factor britânico, o show é uma clara estratégia do governo para fortalecer sua imagem através da mídia estatal.
O fim do concurso está programado para ocorrer justamente antes do começo oficial da campanha eleitoral, com 35 candidatos escolhidos em audições que aconteceram em abril, na capital Caracas.
A diversidade dos participantes abrange desde um llanero vestido em traje típico até um cantor de reggaeton, incluindo uma ex-modelo e atriz que faz parte da Milícia Bolivariana e uma variedade de artistas de diferentes gêneros musicais.
As mensagens políticas no reality show
O júri do Factor M é composto de figuras conhecidas no cenário chavista, como o cantor de merengue Omar Enrique, o ex-jogador de beisebol e cantor de reggaeton Antonio Potro Álvarez e a vice-ministra da Cultura da República Dominicana, Bonny Cepeda.
Os competidores apresentaram músicas com títulos esdrúxulos, como O presidente é Maduro e Maduro é o futuro. Eles foram incentivados a enviar mensagens de apoio ao presidente, que supostamente acompanharia as apresentações de seu gabinete.
Maduro quer atrair o público jovem
Além do reality show, Maduro tem buscado conectar-se com o público mais jovem através de outras iniciativas de mídia, como o programa semanal Maduro +, onde aparece ao lado de sua esposa Cilia Flores, e um podcast de vídeo.
Essas estratégias parecem ser uma resposta direta ao crescente apoio que a oposição, liderada por María Corina Machado e a Plataforma Unitária, tem recebido — especialmente com a candidatura autorizada do diplomata Edmundo González Urrutia, de 74 anos.
O vencedor do Factor M não só terá sua música gravada profissionalmente, mas também ganhará o “privilégio” de acompanhar Maduro durante sua campanha eleitoral.