A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer na 5ª feira ao STF (Supremo Tribunal Federal) que não tem acesso à integralidade das provas obtidas pela PF (Polícia Federal) usadas para acusá-lo de participar de uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Segundo a defesa comandado pelo advogado Celso Vilardi, foram liberados só trechos selecionados do material obtido pela PF (Polícia Federal). Os advogados afirmam que a quantidade de documentos do processo é uma estratégia da acusação para “confundir” a defesa. Os autos somam mais de 81.000 páginas, com prazos encurtados.
“Não estamos diante de uma falha, mas de uma tática acusatória. Situação que hoje tem nome e é veementemente condenada. Trata-se de inaceitável ‘document dump’, conhecido também como ‘bulk discovery’ ou ‘hide and seek play’. Trata-se do “fornecimento de um elevado volume de documentos com intuito de dificultar o exame do requerente”, afirmaram.
Diz que só analisaram 7 celulares na íntegra, sendo que houve 38 mandados de busca e apreensão, nos quais “dezenas de celulares e centenas de computadores, pen drives e HDs foram apreendidos”. Cita ainda que não teve acesso ao espelhamento integral do celular do próprio ex-presidente, apreendido pela corporação em 2023.
“Não se pode abrir mão de conhecer a integralidade da prova. O devido processo legal não permite tal limitação; não há defesa sem que estes mesmos elementos analisados de forma completa pela acusação sejam também apresentados aos advogados”, escreveram os advogados.
A defesa do ex-presidente entregou à Corte uma resposta prévia à denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria Geral da República). Dentre outros, negaram a participação de Bolsonaro em uma articulação de golpe, pediram a anulação da delação de Mauro Cid, tenente-coronel que atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro, e também que o processo fosse julgado no plenário do Supremo.