Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, nesta terça-feira, 10, a técnica Marta Antunes, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que três grupos do terceiro setor ajudaram na elaboração do Censo 2022.O levantamento constatou que, em uma década, a quantidade de indígenas saltou de aproximadamente 900 mil para mais de 1,5 milhão. Conforme denúncias à CPI, técnicos do IBGE incentivaram mestiços a se declararem indígenas. Dessa forma, a Funai e o Ibama conseguiram demarcar mais terras.

De acordo com Marta, Instituto Iepé, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, ligada à ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e o Instituto Socioambiental contribuíram para o estudo do IBGE.

A CPI estranhou o aumento da população indígena em tão pouco tempo. Uma das descobertas feitas pela comissão é a de que o IBGE mudou o critério étnico de identificação.

Em agosto, Herderli Alves, líder do Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro, explicou como funciona uma suposta estratégia de ONGs, em parceria com o Ibama e a Funai, para transformar terras produtivas, ocupadas por mestiços, em território indígena.

De acordo com Herderli, funcionários de ONGs que atuam na Amazônia induzem mestiços a se declararem indígenas. Dessa forma, conseguem, com órgãos oficiais, a demarcação de terras. “São produtivas”, afirmou Herderli, ao mencionar a existência de potássio e riquezas nesses territórios, que, uma vez demarcados, não podem ser retirados.

Conforme Herderli, a parceria entre ONGs e governo brasileiro fez saltar o número de indígenas no país. Em dez anos, a população indígena saltou de quase 900 mil para 1,7 milhão, segundo o mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “As ONGs visam a tomar a Amazônia”, afirmou a mulher. “Querem inviabilizar o Brasil.”

Durante a oitiva, Herderli mostrou vídeos de mestiços, os quais denunciaram a estratégia informada pela líder do movimento. Em uma das imagens, é possível ver um agente da Polícia Federal dando cinco horas para uma família desocupar uma propriedade, visto que uma juíza dera tal prazo, em virtude da demarcação daquela terra, pois a maioria dos que moram na região declarou-se indígena, embora fosse supostamente mestiça.

COMENTAR