O Brasil não assinou a nota conjunta de países latino-americanos para expressar preocupação com o avanço das ações arbitrárias da ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela e a prisão da ativista de direitos humanos Rocío San Miguel. Divulgado na quinta-feira 15, o comunicado de Argentina, Equador, Paraguai, Uruguai e Costa Rica expressa “profunda preocupação” pela situação e exige a libertação imediata da presa política.

O comunicado conjunto foi postado nas redes sociais pelos Ministérios da Relações Exteriores dos países signatários.

Argentina, Equador, Paraguai, Uruguai e Costa Rica, além do pedido de libertação imediata da ativista, também repudiaram “as recentes medidas contra o Comitê de Assessoria Técnica do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Venezuela e exigem o pleno respeito pelos direitos humanos, a validade do Estado de Direito e a convocação de eleições transparentes, livres, democráticas e competitivas, sem banimentos de qualquer tipo”.

O assessor especial do presidente Lula, Celso Amorim, chegou a dizer, em entrevista, que qualquer caso de “natureza política preocupa”, em referência à prisão de Rocío. Mas, oficialmente, o governo brasileiro, aliado de Maduro, preferiu não assinar a nota dos países latino-americanos.

Na última semana, a ditadura de Maduro expulsou do país funcionários do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). O governo venezuelano deu o prazo de três dias à equipe das Nações Unidas para deixar o país e anunciou uma revisão do termo de cooperação com a organização.

Eleições limpas e transparentes

O endurecimento da ditadura da Venezuela ocorre depois de o governo ter assinado um pacto com os Estados Unidos para fazer eleições limpas e transparentes. Em contrapartida, o governo norte-americano retirou sanções e permitiu o retorno de parcerias no setor de petróleo.

Maduro justificou a expulsão ao afirmar que o órgão da ONU desempenhou um papel “inapropriado” no país e apoiou a impunidade das pessoas envolvidas em tentativas de assassinato, golpes e outras conspirações.

O Comitê de Direitos Humanos afirmou que vai “avaliar os próximos passos” e que lamenta o anúncio da Venezuela. “Nosso princípio tem sido e continua sendo a promoção e a proteção dos direitos humanos do povo da Venezuela.”

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