O coordenador da pré-campanha de Guilherme Boulos (PSOL) para a Prefeitura de São Paulo, Josué Rocha, tem um plano para que o público evangélico encontre uma identificação com o candidato de esquerda.
O primeiro passo a tirar a marca de “radical” do deputado federal que já passou por um reposicionamento de imagem visando as eleições municipais de 2024.
Em entrevista ao O Globo, Rocha revelou que os trabalhos do PSOL na capital paulista visarão evitar os erros cometidos por Marcelo Freixo que, para disputar o Governo do Rio de Janeiro, não só mudou de partido, como tentou emplacar uma imagem “mais conservadora” e até visitou igrejas durante a campanha de 2020, o que não convenceu o eleitorado evangélico.
Boulos fará diferente, deixará espaço aberto para conversa com líderes religiosos e, ao mesmo tempo, tentará mostrar seus “valores cristãos” como a solidariedade destacando sua trajetória no movimento social.
– Reconhecemos a importância do público evangélico e sua representatividade hoje no Brasil. Vamos dialogar a partir de características inerentes à trajetória do Boulos que são comuns aos evangélicos – disse o coordenador da pré-campanha.
O político, que é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), vai evitar posições excessivamente progressistas para não afastar o eleitor evangélico, sobretudo os pentecostais que representam o maior percentual deste grupo.
Ainda assim, Boulos já conta com apoio de um pastor, Cesário Silva, que tem atuado na pré-campanha como parte do Núcleo Evangélico do Partido dos Trabalhadores (PT), que tem endossado o nome do pré-candidato do PSOL para as eleições municipais.
Segundo Silva, o trabalho com os evangélicos de esquerda será muito mais forte, falando para aqueles que já estão dispostos a ouvir o que Boulos tem de ideias para a maior cidade do país.
– Queremos ser menos ingênuos em um movimento como esse, e estamos antenados com experiências de campanhas passadas. Há pessoas que dão a cara a tapa por candidatos de esquerda. É preciso usar essa força da esquerda onde podemos ser ouvidos –disse o pastor ao O Globo.