O bilionário americano Bill Ackman, fundador e CEO da Pershing Square Holdings, pediu nesta sexta-feira, 8, a remoção da listagem da sua empresa da bolsa de valores de Amsterdã, após a série de ataques antissemitas na capital holandesa ocorridos nas últimas horas. Em uma longa publicação no X, Ackman escreveu que buscará a aprovação do conselho da Pershing Square para retirar a listagem da Euronext, dizendo que os eventos de Amesterdã “fornecem um ponto de inflexão apropriado para essa conclusão”.
Na quinta-feira, a Embaixada de Israel na Holanda informou que torcedores do clube de futebol israelense Maccabi Tel Aviv foram “emboscados e brutalmente atacados” enquanto multidões “gritavam slogans anti-Israel” em Amsterdã após a partida do time contra o clube holandês Ajax.
A polícia de Amsterdã disse que 62 pessoas foram presas e cinco foram hospitalizadas após os ataques, acrescentando que as autoridades estavam investigando relatos de uma possível situação de reféns e pessoas desaparecidas.
O primeiro-ministro holandês Dick Schoof condenou os “ataques antissemitas completamente inaceitáveis contra israelenses”, observando que ele havia falado com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para dizer que aqueles que realizaram os ataques “serão perseguidos e processados”.
Ackman informou que a remoção da listagem da Pershing Square de Amsterdã permitirá que as negociações se concentrem na listagem da empresa na Bolsa de Valores de Londres, que representa mais de 90% de suas negociações.
O bilionário também informou que falou com o Universal Music Group, do qual integra o conselho, para mover sua listagem de Amsterdã para os EUA, sugerindo que a mudança “oferecerá … benefícios altamente materiais”.
Ackman crítico contra antissemitismo crescente
Ackman se tornou um crítico proeminente do antissemitismo no último ano, após uma série de protestos contra Israel e a favor dos palestinos em universidades americanas, após o ataque do grupo terrorista Hamas contra Israel no 7 de outubro de 2023.
Em dezembro de 2023, Ackman redobrou suas críticas à universidade onde se formou, a Universidade Harvard, onde ele foi tradicionalmente um grande doador, e disse que o antissemitismo havia “explodido” na faculdade.
O bilionário afirmou nas redes sociais que os protestos na escola haviam “ficado mais agressivos” e pressionou pela remoção da presidente de Harvard, Claudine Gay, que acabou renunciando.
A fortuna de Ackman é avaliada em US$ 9 bilhões, tornando-o a 306ª pessoa mais rica do mundo.