A partir de 2024, contudo, a expectativa é de que os materiais que fazem parte da matriz solar fiquem mais caros para os consumidores, com destaque para os painéis solares, os componentes importados tinham carga tributária reduzida para estimular o segmento, mas o governo Lula retirou os benefícios, que deve aumentar em pelo menos 10,8% os valores. Ainda serão revogadas 324 exceções tarifárias para esses materiais, que fomentavam a importação
Somada a esse encargo, há ainda a tarifa de utilização do sistema de distribuição (TUSD), conhecida popularmente por “taxa do Sol”. Passou a incidir, desde o início deste ano, uma alíquota pelo uso dos fios de transmissão das concessionárias de energia. O imposto será cobrado gradualmente até 2029, quando terá o preço cheio.
Em um contexto de maior migração para fontes renováveis no País, especialistas ouvidos acreditam que essa medida deve de fato aumentar o preço dos painéis fotovoltaicos, que já estão mais baratos do que o normal, mas não deve desestimular a instalação dos equipamentos em função de uma maior economia nas contas.
A perspectiva de que os painéis solares fiquem mais caros a partir do próximo ano com as alíquotas vai na contramão do atual momento do setor fotovoltaico, de acordo com Hanter Pessoa, CEO do grupo H3 e diretor de geração distribuída do Sindienergia-CE. Ele elenca os motivos pelos quais os equipamentos de produção de energia solar estavam com valores mais acessíveis em 2023.
“O preço dos produtos que compõem a placa tiveram uma boa queda neste ano. Outro motivo foi o mercadológico, o volume de importação no Brasil comparado com o volume de vendas teve um volume maior do que o esperado de venda, então o preço tendeu a cair também. Naturalmente os preços caem, a competitividade, por si só, traz esse preço para um patamar muito baixo e nunca visto antes”, explicita.
Tal perspectiva é compartilhada por Mário Viana, diretor comercial da Sou Energy. Ele pondera que 83% de toda a geração distribuída de energia solar no País, isto é, painéis e usinas que produzem energia, é oriunda de sistemas residenciais, que incluem, além de moradias, pequenos estabelecimentos comerciais.
IMPACTO NO CONSUMIDOR
Danilo Pinho, diretor comercial da 55 Energy, acrescenta que “nada que aumente preço é favorável”, principalmente em um período onde os preços de painéis solares atingiram os valores mais baixos da série histórica, na visão dos empresários do segmento.
“Chegamos a um equilíbrio na relação do preços dos equipamentos. Aquilo que a gente espera é que, pela competitividade na indústria fabricante desses equipamentos que vêm da China, a gente consiga absorver esse impacto. Entendo que a indústria nacional precisa ser desenvolvida e fomentada, mas o consumidor final não pode ser impacto, porque isso vai ser repassado”, lamenta.
Fonte: DN