Três acusados de um assassinato bárbaro foram soltos por decisão da Justiça do Ceará. As prisões de Yuri Marques Nogueira, Francisca Glaucimara Cardozo da Silva e Jadeline Silva foram revogadas. O trio foi denunciado por matar e arrancar a cabeça de uma vítima no bairro Pirambu. O corpo decapitado de Aurileide Gonçalves da Silva, a ‘Neide’ foi desovado na praia da Vila do Mar. O Juízo da 2ª Vara do Júri considerou que “em relação ao risco à ordem pública, em que pese a gravidade dos crimes imputados, não há, neste momento, elementos contemporâneos que demonstrem que eventual liberdade dos acusados causaria risco à ordem pública”.

“Também não há elementos que justifiquem a necessidade de manutenção da custódia cautelar para garantia de aplicação da lei penal ou para conveniência da instrução, uma vez que os acusados já ficaram intimados da data para prosseguimento da instrução”

A reportagem teve acesso a documentos da ação penal. Conforme a decisão pela soltura dos réus, a instrução processual do crime ocorrido em 2022 ainda não foi concluída “em razão da insistência na oitiva de testemunha de acusação”. Os acusados foram presos em diferentes datas do ano passado. As defesas deles não foram localizadas pela reportagem.

Os alvarás de soltura já foram cumpridos. Agora, além de passarem a ser monitorados por tornozeleira, os denunciados devem comparecer mensalmente na sede da Central de Alternativas Penais e estão proibidos de frequentar locais públicos em que há ingestão de bebida alcoólicas ou de substâncias entorpecentes.

Outra exigência da Justiça para a soltura é que eles também não devem se ausentar da Comarca de Fortaleza, por mais de oito dias, sem informar o local onde poderão ser encontrados.

GESTOS DE FACÇÃO CRIMINOSA RIVAL

Quatro pessoas foram denunciadas pela morte de Neide. O quarto acusado era Francisco Claudiano de Oliveira Nunes, “morador de rua que foi ordenado por Francisca Glaucimara a levar o corpo em uma carroça e desovar na Praia Vila do Mar no bairro Pirambu, onde foi localizado”, segundo o Ministério Público do Ceará (MPCE).

A vítima foi atraída ao “cheiro do queijo” por Glaucimara. Ao chegar em um beco, os acusados tiveram acesso ao celular de Neide “onde encontraram fotografias da irmã e da sobrinha de Aurileide fazendo gestos que entenderam ser uma alusão à facção criminosa Guardiões do Estado- GDE, organização rival do Comando Vermelho, dominante da área do local do crime. Diante do fato, a vítima teve sua morte decretada”.

O MP apontou que a motivação do crime foi pelo fato da filha da vítima morar em área dominada por facção rival e, supostamente, repassar informações do Comando Vermelho para a GDE.

Fonte: DN

COMENTAR