Fortaleza enfrenta uma crise de saúde pública no maior hospital de traumas do Ceará, o Instituto Dr. José Frota (IJF). Denúncias de falta de medicamentos, insumos básicos e até alimentação precária revelam o colapso da unidade, que já levou o Ministério Público do Ceará (MPCE) a pedir o bloqueio de R$ 19 milhões das contas da Prefeitura para regularizar a situação.
Segundo denúncias, a crise no IJF se agravou nos últimos dois meses. Médicos estão com salários atrasados, o que levou à suspensão de cirurgias. Insumos essenciais, como medicamentos e materiais hospitalares, são escassos, e a alimentação dos pacientes está comprometida.
Plácido Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza (Sintsaf), descreve o cenário como uma crise humanitária.
“Há mais de dois anos, enfrentamos esse problema. A falta de medicamentos e insumos se arrasta sem que a Prefeitura demonstre interesse em resolver. É inaceitável.”
Diante do colapso, o Ministério Público ingressou com uma ação civil pública para que a Prefeitura de Fortaleza e a Secretaria Municipal de Saúde adotem medidas urgentes. Ana Cláudia Uchôa, promotora de Justiça, explica a decisão.
“Pedimos o bloqueio de R$ 19 milhões das contas da Prefeitura, valor suficiente para suprir as carências do IJF pelos próximos três meses. Solicitamos também a aplicação de multas diárias aos gestores do hospital, da Secretaria de Saúde e ao prefeito, caso o abastecimento não seja regularizado.”
O IJF, referência no atendimento a traumas no Ceará, enfrenta um momento crítico que coloca em risco a vida de milhares de pacientes. O bloqueio judicial dos recursos é visto como uma medida extrema, mas necessária para restabelecer condições mínimas de funcionamento na unidade.
A Prefeitura de Fortaleza ainda não se manifestou sobre as denúncias nem sobre a ação do Ministério Público. Enquanto isso, pacientes, profissionais de saúde e familiares continuam enfrentando dificuldades diárias, aguardando respostas e ações concretas.