Um adolescente de 15 anos foi morto a tiros na noite dessa quarta-feira, 7, no residencial José Euclides, localizado no bairro Jangurussu, em Fortaleza. Gladson Cândido Façanha era autista, tendo sido morto nove dias depois de um outro adolescente neurodivergente — identificado como Gabriel, de 15 anos — ser assassinado no mesmo conjunto habitacional.

Conforme informações de um familiar da vítima, ouvido por O POVO sob condição de anonimato, Gladson jogava futebol na Quadra 9 do residencial quando dois homens, vindos dos “bosque” que separa a comunidade do residencial Maria Tomásia, chamaram-no. Ele foi assassinado nas proximidades da escola Asthon Guilherme Guilherme da Silva.

Conforme o familiar, Gladson não sabia ler nem escrever e, devido ao Transtorno do Espectro Autista, não tinha “noção em relação ao perigo”, ignorando os avisos dos parentes sobre os riscos do conflito entre facções existente na região.

Quando o adolescente era acompanhado pelos médicos do Caps, relata o parente, ele era um menino “super tranquilo”. Como muitos jovens de sua idade, gostava de assistir a desenhos, navegar na internet pelo tablet e ouvir músicas.

Entretanto, quando Gladson deixou de ser acompanhado por psiquiatras, ele ficava no “meio da rua” e apresentava comportamento agressivo, chegando a quebrar objetos dentro de casa. O adolescente tinha diagnóstico de hiperatividade. Ele era cuidado apenas pela avó e morava no residencial desde 2017.

Ainda segundo o familiar, Gladson não era ameaçado. “Ele não fazia mal a ninguém, foi pura maldade mesmo”, afirmou. Gladson completaria 16 anos no próximo dia 19.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a 3ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso. Nenhum suspeito do crime foi preso até o momento.

O caso é acompanhado pela Coordenadoria de Combate à Violência Contra a Criança e Adolescente, da Secretaria da Proteção Social (SPS), e pela Área Integrada de Segurança (AIS) 3.

Fonte: O Povo

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