O Departamento de Estado norte-americano afirmou nesta 5ª feira (1º.ago.2024) que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), perdeu a eleição no domingo (28.jul). Segundo o órgão, os boletins divulgados pela oposição mostram a vitória de Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita).
– Dada a evidência esmagadora, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo Gonzalez Urrutia ganhou a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela – disse Blinken no comunicado em que parabenizou a oposição e defendeu uma transição respeitosa e pacífica.
O chefe da diplomacia dos EUA disse que os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, são profundamente falhos e não representam a vontade do povo venezuelano. O CNE declarou o ditador Nicolás Maduro vencedor, mas não apresentou os dados que comprovariam os resultados e a oposição afirma ter provas de fraude.
A nota destaca que o Conselho Nacional Eleitoral continuou sem divulgar os dados, apesar do apelo da comunidade internacional, e que a missão de observadores do Centro Carter apontou irregularidades no processo.
– Enquanto isso, a oposição democrática publicou mais de 80% das folhas de contagem recebidas diretamente das seções eleitorais em toda a Venezuela. Essas folhas de contagem indicam que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos nesta eleição por uma margem insuperável – afirma o comunicado, ressaltando que observadores, pesquisas boca de urna e contagens rápidas no dia da eleição corroboram a versão.
E continuou.
– Nos dias após a eleição, consultamos amplamente parceiros e aliados ao redor do mundo, e embora os países tenham tomado diferentes abordagens em resposta, nenhum concluiu que Nicolás Maduro recebeu a maioria dos votos nesta eleição – segue Antony Blinken.
O chefe da diplomacia americana também condenou as ameaças de prisão de Nicolás Maduro contra os líderes da oposição María Corina Machado e Edmundo González, como uma “tentativa antidemocrática de reprimir a participação política e manter o poder”.
Antony Blinken defendeu que a segurança dos opositores deve ser garantida e pediu a liberação imediata dos manifestantes presos – são mais de mil, de acordo com o Ministério Público da Venezuela, também controlado pelo chavismo.
– As forças de segurança e a aplicação da lei não devem se tornar um instrumento de violência política usado contra cidadãos que exercem seus direitos democráticos – destacou.
Os Estados Unidos adotam um tom firme com a Venezuela e alertaram ontem que a “paciência estava se esgotando” ao cobrar as atas.