A Polícia Federal apreendeu um cidadão palestino no Aeroporto de Guarulhos (SP) por suspeita de integrar o Hamas, grupo que promoveu ataques terroristas contra Israel em outubro do ano passado. Muslim M. A. Abuumar, 37, chegou a São Paulo na sexta-feira (21) e foi abordado por policiais na saída do avião. Ele foi interrogado sobre suas preferências políticas e seu suposto vínculo com a resistência palestina. Neste domingo (23), continuava retido na sede da PF em Guarulhos.

Abuumar estava acompanhado da esposa, Siti Aisyah, grávida de sete meses, o filho Mohamad Imram, 6, e a sogra, Khatijan Jennie. Os três esperam os desdobramentos do caso em um hotel próximo ao aeroporto.

O advogado Bruno Henrique de Moura, defensor da família, nega que Muslim tenha relação com grupos terroristas. “Desconheço essa alegação da Polícia Federal e não tive acesso a nenhuma lista do FBI que constaria o nome do Muslim como agente terrorista. Se ele é, qual ato terrorista praticou?”, disse à Folha.

No sábado (22), Moura pediu à Justiça de São Paulo que impedisse uma eventual extradição de Muslim. Ele argumenta que a Polícia Federal não esclareceu os motivos da detenção do palestino.

A juíza Milenna Marjorie da Cunha acatou o pedido. “Não é possível aferir os motivos pelos quais foram impedidos de entrar no Brasil, fazendo-se, portanto, indispensável a prévia oitiva da autoridade impetrada para melhor compreensão dos fatos”, disse na decisão publicada na noite de sábado.

A Polícia Federal tem 24 horas para prestar esclarecimentos sobre a retenção do cidadão palestino. Procurada pela reportagem, a corporação não se pronunciou.

Segundo o advogado da família, Muslim e os familiares vieram ao Brasil para passar férias com o irmão do palestino, Mohmd Omran Abu Omar, que mora em São Bernardo do Campo (SP).

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